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Noah Scheffel

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Por que Erika Hilton quer cota para trans e travestis em universidades?

A deputada Erika Hilton - Divulgação
A deputada Erika Hilton Imagem: Divulgação

19/07/2023 14h59

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A luta pela inclusão e equidade tem ganhado vozes cada vez mais fortes, e uma das mais ressonantes nesse cenário é a da deputada federal Érika Hilton. Recentemente, Hilton propôs uma medida audaciosa e transformadora: a criação de cotas para pessoas trans e travestis em universidades federais. Essa iniciativa promete ser um marco histórico na busca por um ensino superior mais diverso, inclusivo e representativo.

A desigualdade de oportunidades no acesso à educação é um obstáculo que afeta diretamente grupos minorizados em nossa sociedade. As pessoas trans e travestis enfrentam inúmeras barreiras no percurso de vida, o que nos deixa extremamente distantes do acesso acadêmico.

Érika Hilton, mulher trans, negra e defensora incansável dos direitos humanos, conhece em primeira mão os desafios enfrentados por nossa comunidade. Sua trajetória é um exemplo vívido da resiliência e determinação de tantas outras pessoas trans e travestis que batalham por oportunidades justas.

Como Twittou Érika:

"COTAS TRANS: UMA NECESSIDADE:
A medida visa combater crueldades históricas que nos atingem: 90% das pessoas trans vivem da prostituição.
Mesmo sendo ao menos 2% da sociedade brasileira, somos apenas entre 0,1% e 0,3% das pessoas em universidades federais.
E uma coisa tem a ver com a outra. O diploma universitário é um caminho importante pra nossa independência econômica e empregabilidade, ainda mais quando se leva em conta que muitas de nós não temos nenhum amparo das nossas famílias.
O diploma do ensino superior pode concretizar o sonho de muitas de nós de sairmos das ruas, e, para as mais jovens, a possibilidade de nunca entrar nessa vida.
E conosco ficando mais seguras, mais saudáveis, podendo colocar nosso potencial intelectual pra jogo, não é só pessoas trans que serão beneficiadas. Será o Brasil todo."

A proposta de cotas em universidades federais é um passo corajoso rumo a uma sociedade mais equânime e plural. O acesso à educação superior não pode ser um privilégio de poucas pessoas; deve ser uma porta aberta para todes que desejam e merecem construir um futuro melhor.

Além de ampliar as chances de ingresso para pessoas trans e travestis, as cotas também representam uma vitória na luta contra o preconceito e a marginalização. Quando instituições renomadas abrem suas portas para a diversidade, estão enviando uma mensagem clara: todes são bem-vindes, todes têm o direito de sonhar e alcançar seus objetivos.

Contudo, a proposta enfrenta resistência de setores conservadores e intolerantes, que se baseiam em argumentos infundados para tentar obstruir o progresso. Porém, é necessário relembrar que a educação é uma ferramenta poderosa para a construção de uma sociedade mais tolerante, respeitosa e justa.

As cotas para pessoas trans e travestis não representam uma "facilidade" ou "privilégio", como alguns críticos erroneamente pregam por aí. Pelo contrário, elas corrigem desigualdades históricas e promovem uma inclusão genuína. É um mecanismo para reconhecer o potencial e a riqueza de talentos que muitas vezes foram negligenciados e subestimados.

Para além do âmbito educacional, a proposta de Érika Hilton é também um apelo à sociedade para que reveja seus valores e concepções. Abrir espaço para o diálogo e a compreensão mútua é o caminho para uma convivência mais harmoniosa e solidária.

Vale lembrar que, em outras ocasiões, políticas afirmativas como as cotas já se mostraram eficazes na promoção da inclusão social. O Brasil conta com uma rica história de ações afirmativas em universidades, que ajudaram a diminuir as disparidades e transformar a vida de milhares de pessoas estudantes que antes não teriam acesso ao ensino superior.

A proposta de Érika Hilton é um passo ousado, mas necessário. Ao garantir a presença de pessoas trans e travestis nas universidades federais, estamos ampliando horizontes, rompendo estigmas e construindo um país mais plural e inovador.

Essa discussão deve ser abraçada por toda a sociedade. É hora de construir um Brasil que celebra a diversidade e valoriza o potencial de cada pessoa, mas entendendo que é necessário gerar as oportunidades que impedem os acessos equânimes aos grupos que são excluídos socialmente.

Érika Hilton nos lembra, por meio de sua coragem e comprometimento, que somente quando abraçamos a diferença e combatemos o preconceito é que podemos construir um futuro de esperança e equidade para todas as pessoas. A proposta de cotas é uma oportunidade de fazermos a diferença no cenário atual, e pavimentarmos um caminho mais inclusivo para as gerações futuras.

Vamos juntes apoiar essa iniciativa, pois quando abrimos espaço para que cada voz seja ouvida, fortalecemos nossa sociedade e enriquecemos nosso próprio futuro coletivo. Érika Hilton nos convida a trilhar esse caminho, e é hora de respondermos ao seu chamado.

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Um fazendeiro excêntrico cria um safári africano no Brasil. Uma cidade famosa por seus... caixões. Em 'OESTE', nova série em vídeos do UOL, você descobre estas e outras histórias inacreditáveis do interior do país. Assista:

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