Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
O que separa 5 ricos em um submersível de 750 pobres refugiados?
Tenho certeza de que você acompanhou o drama dos cinco multimilionários que entraram num submersível para a bizarra aventura de ver (na escuridão) o Titanic. Cada tripulante pagou cerca de R$ 1,2 milhão, mas o preço ficou além do valor monetário, lamentavelmente a Guarda Costeira dos EUA confirmou a morte de todos na quinta-feira (22), após encontrarem destroços do submersível.
Por outro lado, tenho certeza de que você não ficou sabendo de um barco que naufragou na semana passada na Grécia com 100 crianças a bordo! Um barco que tinha cerca de 750 pessoas, das quais pelo menos 80 pessoas morreram no desastre.
O barco com refugiados afundou cinco dias antes do submarino
E por que você não ficou sabendo? A resposta é simples: em um havia cinco pessoas ricas se divertindo às custas de uma tragédia, no outro, 750 pobres refugiados e imigrantes buscando uma vida melhor.
Nossa sociedade e a mídia aprenderam a valorizar as pessoas pelo seu patrimônio
É como se a vida do rico valesse mais do que a do pobre. Quem mora no Leblon vale mais do que quem vive no Complexo do Alemão. As pessoas que dormem na Av. Faria Lima não são vistas pelos executivos no alto dos carros blindados com insulfilm.
O rapaz que com frio furtou um casaco de R$ 55 é chamado de bandido e permanece preso, enquanto isso, bilionários e executivos que fraudaram mais de R$ 20 bilhões prejudicando milhares de pessoas são chamados de maus gestores e seguem passeando por aí... Quem sabe em busca de alguma excêntrica aventura.
Esse é o retrato da nossa sociedade.
Até quando?
*João Paulo Pacifico é CEO do Grupo Gaia
*
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