Seu cafezinho tem trabalho escravo?
Só continue a ler este artigo se você tomou ou pretende tomar um café hoje. Mas já dou o spoiler que você terá uma informação que não vai gostar.
Provavelmente nenhum leitor saiu, pois estou falando de um dos maiores hábitos do brasileiro, que está igualmente presente em bares de beira de estrada e em reuniões de chefes de Estado.
O Brasil é o maior produtor e o segundo maior consumidor de café do mundo, atrás apenas dos EUA. Mas vamos combinar que o café deles é um balde de água com um pouco de café dissolvido (talvez eles digam o oposto da gente).
Por sinal, o café é a segunda bebida mais consumida no mundo, só perde para a água. Fiquei impressionado com esse dado.
Até aqui, só boas notícias. Agora vem uma que pode te deixar bem triste!
O cultivo do café foi a cadeia produtiva com maior número de pessoas resgatadas por trabalho análogo à escravidão nos últimos anos no Brasil. Nos últimos 5 anos, 1.063 pessoas foram resgatadas. (Fonte: Secretaria de Inspeção do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego)
Provavelmente você e eu já tomamos café fruto da exploração humana. Isso é grave, isso é inaceitável.
Por conta disso, a OIT (Organização Internacional do Trabalho) escolheu o Brasil como um dos focos para uma campanha mundial por condições dignas de trabalho para quem produz o café.
Essa bebida tão importante, que faz parte da nossa cultura, não pode ser resultado de algo tão abominável.
Precisamos exigir que o café seja fruto de trabalho digno, para que eu e você possamos ter orgulho de tomar o café brasileiro.
Fontes: Embrapa, Secretaria de Inspeção do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego e site do Ministério da Agricultura e Pecuária
*João Paulo Pacifico é CEO do Grupo Gaia
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