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Três formas para você ajudar a ciência brasileira neste verão

Praia, água de coco, cheirinho de protetor solar e ciência. Se engana quem pensa que os pesquisadores brasileiros vivem trancados em laboratórios longe da luz solar: eles são gente como a gente, e a maior prova disso é que cada vez mais nós podemos ser iguais a eles.

Neste verão, você pode ser cientista e ajudar na coleta de dados pelo nosso litoral de diferentes formas: um encontro com uma baleia ou golfinho vira, além de uma memória incrível, um registro científico. Ou, se avistou belos corais, você pode ajudar no mapeamento da espécie em todo o Brasil.

Golfinho-rotador
Golfinho-rotador Imagem: Gety Images

Uma das grandes dificuldades em estudar baleias e golfinhos, por exemplo, é encontrá-los. São animais com grande mobilidade e que percorrem grandes espaços do nosso litoral. Mas uma simples foto com a localização pode ajudar muito os pesquisadores. Uma imagem ajuda desde a identificar a espécie - afinal, são mais de 40 espécies de golfinhos registradas no Brasil - até indivíduos. Isso acontece porque as marcas na nadadeira dorsal funcionam de maneira semelhante à digital dos nossos dedos e são únicas para cada animal. Assim, existem bancos de dados que, com uma foto "de turista", podem chegar a identificar até qual indivíduo era aquele.

Esse é um exemplo da ciência cidadã, em que registros realizados por indivíduos não especializados em ciência - qualquer pessoa comum munida de um celular ou câmera - são transformados em dados científicos. Trata-se de um jeito para a pesquisa ir cada vez mais longe, sem gastar muito para isso, ao mesmo tempo em que aproxima e amplia a rede de pessoas comprometidas com a sustentabilidade ambiental.

Conheça três projetos que você pode contribuir de qualquer lugar do Brasil:

  1. BioBlitz 2024: O BioGeoMar conduz um projeto de mapeamento da flora e da fauna marinhas do Brasil. Suas fotos de animais e plantas do litoral brasileiro feitas em janeiro de 2024 podem contribuir para mapas da distribuição da biodiversidade do litoral brasileiro. Vale foto de organismos encontrados na praia, no mergulho, no passeio de barco. Os registros depois são organizados por cientistas taxonomistas de várias universidades do Brasil. Inclua sua contribuição aqui.
  2. Rota do coral-sol: Nem tudo é o que parece, e esses belos corais em tons amarelos e laranja vibrantes são provas disso. Apesar da beleza do coral-sol, esse animal é invasor em águas brasileiras, o que levou esse grupo de pesquisa a buscar mapear suas ocorrências no Brasil. Foi nadar e viu esse coral? Basta registrar e incluir sua foto ou vídeo na plataforma, onde será revisado pelos pesquisadores posteriormente.
  3. De olho nos corais: Um dos fatores que faz as praias da região Nordeste serem tão especiais são a proteção fornecida pelos recifes de corais locais. Mas com o aquecimento global, muitos corais também sofrem e branqueiam. O projeto #deolhonoscorais pede ajuda da sociedade para monitorar esses corais e tem uma comunicação bem aberta pelas redes sociais.

Para as baleias e golfinhos, há vários projetos menores. No estado de São Paulo, o Viva Verde e Azul compila fotos em sua galeria, no Rio de Janeiro o Onde Estão as Baleias e Golfinhos? atua de maneira semelhante; enquanto outros atuam com espécies específicas, como a Baleia de Bryde.

* Beatriz Mattiuzzo é oceanógrafa, mestranda em Práticas de Desenvolvimento Sustentável, instrutora de mergulho e cofundadora da Marulho, negócio socioambiental que intercepta redes de pesca junto a pescadores locais em Angra dos Reis (RJ).

Errata:

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  • A versão inicial do texto identificou o golfinho-rotador como golfinho-roteador. O erro foi corrigido.

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