Conheça os filantropos que fizeram a diferença em 2020
O ano de 2020 foi cheio de desafios, por conta da pandemia do coronavírus e suas consequências, e nesse contexto, iniciativas sociais, redes e articulações tiveram um papel crucial. Iniciativas precisam de recursos, portanto é importante reconhecer os filantropos que fizeram a diferença, apoiando não somente ações relacionadas ao covid, mas também educação, cultura, meio ambiente, equidade racial e direitos humanos. Dedico minha última coluna do ano para celebrar homens e mulheres que se destacaram em 2020 por sua generosidade, não só no Brasil, mas ao redor do mundo.
Abilio e Geyze Diniz: acompanho a filantropia da família Diniz há muitos anos, feita por meio do Instituto Península. Com a pandemia, a família doou 50 milhões de reais para ações de saúde, combate à fome e fomento a micro e pequenos empreendedores. Além disso, Abilio usou suas redes sociais para incentivar outros empresários a fazerem doações. Geyzefoi uma grande articuladora, participando ativamente de muitas iniciativas de combate aos efeitos da pandemia.
Alok: o jovem DJ de apenas 29 anos criou recentemente o Instituto Alok, com um aporte inicial de 27 milhões de reais - a maior doação de um artista brasileiro para causas sociais. A formalização do Instituto é resultado de alguns anos de apoio à diversas causas sociais. Além da doação pessoal, Alok fez uma live que mobilizou mais de 1,75 milhão de reais para a campanha Natal Sem Fome, da ONG Ação Cidadania.
Antonio Carlos Pipponzi: ACP, como é carinhosamente conhecido, é um dos filantropos mais estratégicos do Brasil nos dias de hoje. Junto com a família e seu filho Rodrigo, empreendedor social fundador da editora MOL, criaram o instituto ACP, que investe no fortalecimento das organizações da sociedade civil brasileira para que sejam vetores de desenvolvimento do país. O empresário é um dos primeiros doadores do Amigos da Poli, fundo patrimonial da escola Politécnica da USP, e durante a pandemia criou o movimento Família Apoia Família, mobilizando mais de 12 milhões de reais em ações de combate à pandemia.
Claudio Haddad: Claudio é um dos maiores filantropos brasileiros na área de Educação, e esse ano não foi diferente. Além de ter feito várias doações de apoio emergencial de combate ao covid, apoiou o Fundo de Endowment do Instituto Rodrigo Mendes, que promove a educação inclusiva, e o Fundo de Bolsas do Insper com um desafio de matching de 1 milhão de reais. Ao todo, seus investimentos na área de educação chegaram a 10 milhões de reais em 2020.
Famílias Moreira Salles, Villela e Setubal: doaram respectivamente 100 e 50 milhões de reais para o combate à pandemia. Veteranos na filantropia brasileira, não poderiam ficar fora da lista. Com um outro destaque: o Banco Itaú fez a maior doação da história do Brasil, de mais de 1 bilhão de reais.
Gisele Bündchen: durante a pandemia ela lançou o fundo Luz Alliance com um aporte inicial de 1 milhão de reais e depois mobilizando recursos de parceiros como a Vivara, o fundo investiu mais de 3 milhões de reais no total em apoio a organizações como CUFA e Banco de Alimentos. No seu aniversário de 40 anos, a modelo criou uma campanha para plantar 40 mil árvores. Conseguiu recursos para plantar 250 mil.
Guilherme Benchimol: o fundador da XP Investimentos, além de anunciar uma doação de 25 milhões de reais, mobilizou seus funcionários e clientes a doarem em uma campanha chamada "Juntos Transformamos''. Assim como Abilio Diniz, Guilherme usou as mídias sociais para inspirar outras pessoas a contribuir, tornando-se um novo e importante porta-voz da filantropia brasileira. Além disso, o empresário agora faz parte do conselho do Instituto Gerando Falcões.
Jack Dorsey: fundador do Twitter e da Square criou um fundo chamado StartSmall com um capital de mais de 3 bilhões de dólares. Desse montante, ele já doou 320 milhões para 140 iniciativas. Suas doações podem ser acompanhadas em tempo real por meio de uma planilha no Google, na qual ele descreve quanto doou para cada iniciativa e porque. Ao lado de Mackenzie Scott, ele é o filantropo mais disruptivo de 2020: financiamento ágil, transparente e flexível.
Luiza Trajano: as famílias Trajano e Garcia, controladoras do Magazine Luiza, doaram ao todo 40 milhões de reais para redução do impacto econômico e sanitário da pandemia, mas os primeiros 10 milhões de reais doados, ainda em março, foram um grande impulsionador para uma resposta mais robusta do investimento social privado. Luiza sempre foi uma voz importante no mundo empresarial. Se a palavra convence, o exemplo arrasta.
Mackenzie Scott: a ex-esposa de Jeff Bezos, fundador da Amazon, é a maior filantropa de 2020. Doou 4 bilhões de dólares para mais de 300 iniciativas nos EUA, com foco na distribuição de alimentos, educação, promoção dos direitos humanos e equidade racial. Ela é uma das signatárias do Giving Pledge, movimento criado por Bill Gates e Warren Buffett que inspira bilionários a doar uma parte significativa das suas fortunas. Para além do valor expressivo de suas doações, a filantropia de Mackenzie se destaca pela agilidade, foco e pouca burocracia.
Michael Jordan: o ex-jogador de basquete americano doou 100 milhões de dólares para ações de promoção de equidade racial, após a morte de George Floyd.
Neymar: o atacante do Paris Saint-Germain fez uma doação de 5 milhões de reais para ocombate à pandemia, com parte dos recursos doados para ações da UNICEF. Além disso, jogadores da seleção brasileira realizaram uma ação conjunta com a CBF e a comissão técnica arrecadando recursos para compra de cestas básicas de alimento, limpeza e higiene pessoal.
Reed Hastings e Patty Quinlin: após a morte de George Floyd, que desencadeou uma onda de doações de combate ao racismo estrutural, o CEO da Netflix e sua esposa doaram 120 milhões de dólares para fundos de bolsas com foco em equidade racial. Ainda precisamos ver filantropos no Brasil fazendo doações robustas para essa causa.
Rubens Menin: o empresário fundador da MRV foi um dos primeiros a anunciar uma grande doação, de 10 milhões de reais, para a compra de respiradores para hospitais em Minas Gerais. Rubens é um dos fundadores do movimento Bem Maior, que tem a missão de fomentar a filantropia no Brasil, sensibilizando, engajando e mobilizando recursos e além da doação inicial para compra de respiradores, apoiou outras iniciativas totalizando 27 milhões de reais.
Taís Araújo: no início da pandemia, a atriz decidiu doar o cachê que recebeu de um comercial para um banco, em uma parceria que totalizou 1 milhão de reais beneficiando mais de 17 mil pessoas em todo o Brasil. Taís tem um longo histórico de apoio à várias causas sociais.
Tom Moore: o veterano britânico resolveu comemorar seu aniversário de 100 anos arrecadando recursos para instituições de caridade atuando na área de saúde, dando 100 voltas ao redor de sua casa com seu andador. A campanha viralizou e Tom conseguiu engajar mais de 1 milhão de doadores, arrecadando 32 milhões de libras. Tom é a prova que não existe idade para praticar a generosidade.
Ainda dá tempo de fazer uma boa ação esse ano. Se você leu o artigo até aqui, escolha uma causa próxima ao seu coração e faça uma doação. Desejo boas festas a todos os leitores da coluna!
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