Por um 2021 de mais escuta e empatia, antes de tudo
Desde que iniciei essa coluna aqui no Ecoa, minha esperança foi trazer novos olhares para como empresas, organizações sociais, governos, lideranças e "pessoas comuns" podem ser parte ativa da construção de uma sociedade mais justa, inclusiva, equânime. Que dê conta de acolher a diversidade que somos e respeitar as diferenças que emergem entre nós.
Nesse pouco mais de um ano, trouxe conteúdos diversos. Explorei novos olhares para o consumo de alimentos, comentei sobre a responsabilidade de figuras públicas diante de temas relevantes socialmente, compartilhei sobre modelos econômicos que almejam respeitar o meio ambiente, abordei temas como assédio moral e racismo nas organizações e fora delas, contei sobre a importância de olharmos para empresas como "pessoas" e com grandes responsabilidades sociais, dentre outros.
Continuo acreditando que cada um desses temas é mais que necessário ser amplamente debatido na sociedade, caso de fato busquemos uma sociedade que dê conta de acolher as diversidades e diferenças existentes, criando espaço para que todas e todos tenham garantido o direito a viver e não apenas sobreviver.
E, permeando tudo que eu trouxe, a empatia e escuta. Nossa capacidade individual de dialogar com o estranho que há em nós (aquilo que não aceitamos e marginalizamos em nós mesmos) e com aquilo que nos causa estranheza e, muitas vezes, repulsa, vindo do outro. Cada qual, é claro, ciente dos seus limites e desafios para acolher essas diferenças.
Quando falo empatia, passo longe da ideia de colocar-se nos sapatos do outro. Refiro-me, tão somente, a sermos capazes de, primeiro, reconhecer nossos valores e crenças mais fundamentais. Segundo, compreendermos que o outro não necessariamente compartilha desse mesmo sistema de crenças e valores. Terceiro, conseguirmos dialogar com esse outro que nos parece estranho sem medo de deixarmos de ser quem somos. E, por último, com a consciência de que escutar o diferente não significa concordar, mas sim se permitir estar presente e buscar mais conexão e compreensão, sem necessariamente chegar a uma solução.
Desejo que 2021 seja um ano de mais espaço para escuta e acolhimento do diferente. Se não em diálogo com o outro, que a gente consiga ao menos ter esse olhar empático para desconstruir imagens de inimigo que criamos sobre aqueles que, outrora, nos eram próximos. Familiares. Amigas e amigos. Colegas de trabalho. Dentre outros. Em silêncio mesmo, sem precisar abordar ninguém pra conversar.
Afinal, a polarização dos últimos anos que se extremou em 2020, somada à Covid-19 e mazelas por ela potencializadas, possivelmente trouxe bastante desgaste emocional. E não espero que você vá debater relação com pessoas próximas nesse Natal. Mas, só o fato de descontruir essa polarização dentro de nós e adentrar a um lugar de paz (ainda que momentânea) pode ser um santo remédio.
Por último, quero agradecer ao querido Tony Marlon pelo convite lá em agosto de 2019 para escrever aqui em Ecoa UOL, quando o canal estreou. A cada pessoa que me leu até aqui, comentou, compartilhou os textos e, de alguma forma, contribuiu para que minha voz chegasse em espaços diversos.
Essa é minha última coluna por aqui, mas sigo escrevendo, como sempre fiz antes de aqui escrever. E se você tem vontade de me acompanhar, e conhecer mais sobre meu trabalho para além das colunas semanais em Ecoa UOL, deixo alguns links abaixo:
Meu perfil pessoal no Facebook, onde escrevo pequenos ensaios e reflexões sobre como percebo e sonho o mundo.
Meu LinkedIn, para quem tem interesse em se conectar por lá.
Site da minha empresa, Colibri, para quem quiser conhecer sobre, e contratar, nossos serviços e produtos voltados para empatia e Comunicação Não Violenta (CNV).
Instagram da Colibri, onde temos conteúdos bacanas toda semana.
Jogo Grok, jogo que trouxemos em 2017 para o Brasil, para praticar empatia e CNV, e já tem mais de 8000 jogos distribuídos e dezenas de milhares jogando no Brasil e exterior.
Livro sobre Comunicação Não Violenta no trabalho, que lançamos esse mês e já está sendo um sucesso! E temos outros livros mais também.
Percurso CNV no trabalho, um percurso de 2 meses para integração da empatia e CNV no cotidiano empresarial.
Facilita, uma plataforma de facilitação por meio de jogos, para trazer ludicidade e engajamento para atividades virtuais.
CollabDesign, uma exploração de tecnologias sociais gratuita e aberta para qualquer pessoa acessar e conhecer.
Nos vemos em 2021, se você topar continuar me acompanhando.
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