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Um mapa da restauração ecológica
Existem grandes e pequenas restaurações. Podemos restaurar um dente cariado, uma obra de arte danificada ou um sistema político perdido. Em um mundo ameaçado pelas mudanças climáticas, contudo, provavelmente a restauração mais ambiciosa é a dos ecossistemas.
Diante da situação em que nos encontramos, não basta parar de desmatar ou poluir, é preciso regenerar. Além de interromper a destruição, devemos reconstituir o que foi devastado. O tema é tão relevante que o período entre 2021 e 2030 foi definido como a Década da Restauração de Ecossistemas.
Pensando em sua contribuição para o tema, a jornalista e escritora Regina Scharf desenvolveu o Projeto Nova Mata. Lançado em 2020, o projeto procura mapear iniciativas de restauração dos biomas brasileiros.
Inicialmente, o foco estava restrito à Mata Atlântica, mas foi se expandindo, passando a incluir os demais biomas presentes no território nacional. Entre as ações mapeadas estão iniciativas públicas e privadas, além de um mapa de viveiros.
Regina conta que o seu envolvimento com a área ambiental a acompanha desde o berço: "você não é apenas cidadão de um país ou de uma cidade, mas também de um bioma", ela diz, "a Mata Atlântica é um pedaço muito importante da minha vida - é uma volta às origens."
Ao mapear os viveiros, o projeto Nova Mata procura oferecer um caminho fácil para quem quer plantar árvores nativas dos biomas. "Muita gente saiu da cidade durante a pandemia e acabou se aproximando da natureza", Regina conta, "mas não sabem onde encontrar uma muda nativa para plantar". Mapear os viveiros é uma forma de facilitar esse encontro entre quem quer plantar e quem pode oferecer os meios para que isso aconteça.
A ideia de restaurar ecossistemas não é nova, a Floresta da Tijuca, no Rio de Janeiro, por exemplo, foi um dos primeiros casos de restauração em grande escala. Ainda sob o reinado de Dom Pedro II, a floresta que havia sido devastada nas décadas anteriores foi recuperada, em resposta às diversas crises de abastecimento de água da então capital do império.
Hoje o tema é ainda mais urgente. Ao explicar a estratégia que a orientou na criação do projeto, Regina fala em aproveitar os "low-hanging fruits". Nessa expressão tão visual, devemos aproveitar dos frutos que podem ser facilmente colhidos. Várias das organizações apresentadas no site oferecem o projeto técnico e orientam sua implantação. Para quem estiver interessado em contribuir para o reflorestamento, vale uma visita ao site do projeto Nova Mata.
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