Segunda-feira, 02/09/2024 | | | | | Luciana Costa, diretora de Infraestrutura, Transição Energética e Mudança Climática do BNDES em evento do UOL | Mariana Pekin/UOL |
| "Brasil terá boas surpresas com o G20", diz diretora do BNDES | | | Mariana Sgarioni |
| Depois de muita expectativa, o governo aprovou, na semana passada, a Política Nacional de Transição Energética, que prevê integrar diversas políticas governamentais com o objetivo de atrair até R$ 2 trilhões em investimentos em energia limpa e renovável nos próximos 10 anos. Apesar de sofrer críticas, o documento chega em boa hora: às vésperas do G20, o país precisa de um documento de base para liderar a agenda climática das discussões. "Mais do que isso: o Brasil precisa sinalizar ao mundo para onde vai", apontou Luciana Costa, diretora de Infraestrutura, Transição Energética e Mudança Climática do BNDES. A executiva participou da mesa "Financiando o Futuro", evento da série "Brasil do Futuro", promovido pelo UOL, no último dia 29 de agosto, em São Paulo. Segundo ela, podemos esperar boas notícias de investimentos após as reuniões do G20. Na entrevista a seguir, Luciana fala como o BNDES pode ajudar a dar fôlego para a transição, o papel de um banco de fomento neste cenário e quais os desafios para o financiamento. *** Ecoa: Qual a importância da Política de Transição Energética neste momento para o país?
Luciana Costa: O Brasil precisa apontar os caminhos, mostrar ao mundo para onde pretende ir. Nós já escalamos as energias solar e eólica, também já temos hidrelétricas. O mesmo aconteceu com linhas de transmissão, que, inclusive, atraem muito o setor privado. Agora precisamos investir nos desafios: SAF (Combustível Sustentável de Aviação), biometano, outras formas de biomassa, combustíveis avançados, amônia verde, fertilizante verde, hidrogênio verde, mobilidade. Há várias frentes com grande impacto e que podem ser economicamente viáveis. Precisamos estruturar isso, ver onde vamos alocar cada investimento, pois os custos são diferentes. Portanto, este é o papel dessa Política de Transição. Ecoa: Como o BNDES pode impulsionar essa transição? Luciana Costa: O BNDES se destaca atualmente como o maior financiador de energias renováveis do mundo, com créditos que somam cerca de US$ 35 bilhões no período de 2004 a 2022. Transição energética não é novidade para nós. As nossas matrizes elétrica e energética são as mais renováveis de todos os países do G20 porque o BNDES sempre apoiou essa transição. Desde a década de 1970, o banco vem financiando as grandes hidrelétricas, assim como o etanol, a biomassa, e assim vai. Os grandes financiamentos de energia elétrica e eólica só estão acontecendo agora porque nós já fizemos isso em 2005. Então, para que novas tecnologias sejam introduzidas, o papel dos bancos de fomento é fundamental. Ecoa: O que podemos esperar do G20? Luciana Costa: O Brasil conseguiu colocar o clima e a transição energética no centro da pauta do G20. Por isso, acho que vamos ter surpresas boas com o G20, investimentos vão chegar. O palco é nosso. |
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| Publicidade | | | | Primeiro encontro da liga de especialistas que pretende ajudar lideranças na educação corporativa para o ESG no Brasil | Ricardo Abreu |
| Especialistas de peso se juntam pela primeira vez na "Superliga ESG" | | Você sabe exatamente qual a melhor forma de implantar cada letra do ESG na sua empresa? A pergunta é difícil, e todos os dias pipocam novos consultores da área - que nem sempre têm a experiência para desenhar estratégias que, de fato, possam gerar valores reais para a companhia. Para atender a esta demanda e ajudar lideranças a separar o joio do trigo, alguns dos mais experientes profissionais ESG do país decidiram unir suas forças. Assim nasceu a Superliga ESG, nome em alusão aos desenhos da Marvel, que pretende oferecer ao mercado as melhores abordagens de educação corporativa para a sustentabilidade e o ESG no Brasil. "Não é uma Liga. É uma Superliga, porque estamos trazendo especialistas com experiência de, no mínimo, 15 anos em cada área do ESG. São todos masters e seniors com uma longa história de conhecimento nos temas de domínio. Faremos o mesmo que os heróis galácticos da Marvel, só que sem escudos e máscaras", brinca Ricardo Voltolini, CEO da Ideia Sustentável, responsável pela coordenação e curadoria do grupo. Voltolini tem mais de três décadas dedicadas à consultoria e desenvolvimento de líderes mais sustentáveis no país. A Superliga conta com 26 profissionais que vão desde executivos a ex-CEOs que atuam diretamente no mundo corporativo. O time reserva nomes como Denise Hills (ex-Itaú Unibanco e Natura e atual SDG Pioneer da ONU) e Linda Murasawa (ex-Santander) para tratar de finanças sustentáveis; os ex-CEOs Leonel Andrade (CVC Corp) e Guadalupe Franzosi (Ingredion) e Elisa Prado (ex-Vivo) para reputação; Gabriela Blanchet (IBGC) para governança; Tamara Braga para diversidade e inclusão, entre outros. |
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| | Bicicleta movida a hidrogênio verde produzido em laboratório da Coppe/UFRJ | Divulgação/Coppe/UFRJ |
| Bicicletas movidas a hidrogênio verde já estão em testes no Brasil | | O hidrogênio verde, considerado um dos protagonistas do time dos combustíveis do futuro, em breve poderá alimentar bicicletas em todo o Brasil. Já estão em período de teste, na Coppe/UFRJ, quatro modelos de bicicletas abastecidas por cilindros cheios do gás natural, produzido no mesmo laboratório. A ideia dos pesquisadores é trabalhar com alternativas limpas para a mobilidade urbana e a micromobilidade. E o potencial demonstrado por estas bicicletas até agora é surpreendente: além de não poluírem, contam com uma autonomia de 120 km. As elétricas atuais contam com cerca de apenas 20 km. "Em vez de se alimentarem na eletricidade, estas bicicletas carregam um cilindro de 2 litros, do tamanho de uma garrafinha de água, abastecido com gás. Com uma recarga de 2 minutos é possível usar a bicicleta por 4 ou 5 dias", explica Andrea Santos - coordenadora do Laboratório de Transporte Sustentável (LabTS) da Coppe/UFRJ, e da planta de fabricação de Hidrogênio Verde da instituição. Além de mais autonomia, estas bicicletas utilizam um cilindro limpo, diferente das baterias das elétricas, geralmente à base de lítio ou outros metais que trazem impactos pesados ao ambiente no momento de seu descarte. Ela afirma que, apesar disso, as elétricas devem seguir sendo utilizadas. "Precisamos promover a descarbonização da frota. Não existe uma solução única e simples. São várias ao mesmo tempo. A eletrificação é positiva também, mas precisamos resolver de onde virá essa energia e o impacto no setor elétrico. Nenhuma solução aparece sem trazer consigo um problema associado". |
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| | Fundamentos do ESG: Geração de valor para os negócios e para o mundo Autores: Fábio Galindo, Marcelo Zenkner, Yoon Jung Kim Editora: Fórum Três especialistas discutem a ambivalência entre as dimensões econômicas e sociais das empresas, e mostram que os lucros não estão distantes da implementação de políticas corporativas de sustentabilidade e de responsabilidade social. |
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