Segunda-feira, 21/10/2024 | | | | | Malu Paiva, Vice-Presidente Executiva de Sustentabilidade da Vale | José Palma |
| Mineração está em tudo: inclusive no seu celular, diz VP da Vale | | | Mariana Sgarioni |
| A versão original desta newsletter, enviada às 11h desta terça-feira (21), continha um erro no título. Malu Paiva, vice-presidente executiva de Sustentabilidade da Vale, não disse a frase "Não adianta brigar com a mineração". O que ela disse foi "As pessoas brigam com a mineração, mas nem imaginam quantos minerais têm no seu inseparável celular. A mineração é essencial para este mundo que está aqui e não vai desaparecer. Ela precisa, isso sim, ser cada vez melhor e mais responsável. Este é o debate". *** Se você der uma rápida olhada ao seu redor neste momento, não importa onde esteja, vai encontrar no mínimo uns dez objetos essenciais para a sua vida - de panelas a canetas, passando pelo chuveiro, aspirador de pó, computador e até a cadeira em que está sentado. Tudo está ali graças a uma atividade polêmica entre ambientalistas: a mineração. "As pessoas brigam com a mineração, mas nem imaginam quantos minerais têm no seu inseparável celular. A mineração é essencial para este mundo que está aqui e não vai desaparecer. Ela precisa, isso sim, ser cada vez melhor e mais responsável. Este é o debate", pontua Malu Paiva, vice-presidente executiva de Sustentabilidade da Vale.
Na entrevista a seguir, a executiva conta um pouco dos projetos ESG desta gigante, que é hoje a maior produtora de minério de ferro e níquel do mundo, e de como a tragédia de Brumadinho veio para abrir os olhos da companhia. *** Ecoa: A mineração é uma atividade economicamente essencial, porém é polêmica do ponto de vista ambiental. Você concorda?
Malu Paiva: As pessoas que brigam com a mineração são as mesmas que são incapazes de viver sem um celular. Você sabe quantos minerais estão presentes no celular? Dezenas. Os minérios são essenciais para o cotidiano de todos nós. Estão em tudo: nas panelas em que cozinhamos, nos fogões, geladeiras, equipamentos aéreos, até nos esportes, nas barras de futebol. Em tudo. Então, um primeiro ponto é que precisamos nos aproximar da sociedade. E o principal debate não é por que existimos e sim como existimos. Devemos fazer uma mineração melhor e não acabar com ela. Ecoa: Isso é possível?
Malu Paiva: Sem dúvida. Nós somos os primeiros interessados na preservação porque dependemos da natureza. Não temos opção: vamos explorar onde estão os minérios. E precisamos que a área seja preservada, é interesse do nosso negócio. É por isso que investimos tanto em preservação: somos hoje responsáveis pela conservação de 800 mil hectares dentro da Amazônia, em Carajás - isso dá cinco cidades do tamanho de Londres. Usamos menos de 3% do território para produzir 60% do minério de ferro da melhor qualidade que a Vale tem. Então, a conclusão é clara: ao trabalhar de maneira responsável, você preserva o ambiente, gera desenvolvimento e extrai o melhor produto. Ecoa: O que mudou para a Vale desde o desastre de Brumadinho? Malu Paiva: Acredito que Brumadinho tenha sido um grande ponto de inflexão na vida da Vale. Com certeza esta empresa não é mais a mesma. Eu chamo a atenção para duas grandes transformações: a primeira é todo o trabalho voltado à segurança, que é prioridade absoluta, tudo foi redesenhado a partir daí. E teve o outro lado cultural: Brumadinho disparou uma grande mudança de cultura na empresa, de como atuar a partir daqui. Todos os dias trabalhamos para não ter mais Brumadinhos e entendemos que construir junto será melhor para todos. |
| | |
| Publicidade | | | | COP 16 vai discutir a partir de hoje em que pé estão as metas estabelecidas para a biodiversidade | Unsplash |
| COP 16: Por que seu negócio deve se importar com a biodiversidade? | | Começa hoje, em Cali, na Colômbia, a 16ª COP de Biodiversidade, a prima mais recatada da COP do Clima - esta, sim, a aparecida da família e que terá o Brasil como sede no ano que vem. Porém, a importância das duas é a mesma: afinal, o clima depende diretamente da conservação da biodiversidade. E o que estará na mesa na Colômbia a partir de hoje pode mudar muita coisa do jogo que conhecemos. "As COPs são os fins e não os começos. As mais importantes negociações serão fechadas lá. O Brasil detém 15% do potencial global de captura de carbono e pode liderar os esforços mundiais para estabilizar o clima por meio de soluções baseadas na natureza. É a nossa chance. As empresas precisam entender e dialogar com isso para saber como vão seguir com seus negócios", observa Denise Hills, consultora, especialista em sustentabilidade estratégica e inovação e UN SDG Pioneer, reconhecimento do Pacto Global da ONU a dez profissionais no mundo que atuam de acordo com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). A missão desta COP da Biodiversidade é a de avaliar em que pé estão as metas estabelecidas na COP anterior, de Montreal, quando, pela primeira vez na história, os países assinaram o Marco Global de Biodiversidade que traz 23 metas a serem alcançadas até 2030. Agora também será a primeira vez que os países vão se reunir para falar de ação: como está sendo a implementação do que ficou escrito no papel. Outra agenda de destaque para esta COP 16 é o financiamento. "Ficou estabelecida a criação de um fundo para a biodiversidade, mas que ainda não foi operacionalizado. A expectativa é de avanço nesta agenda", completa Juliana. |
| | |
| | Katyana Xipaya, fundadora da marca de chocolates indígenas da região do Médio Xingu | Divulgação |
| Indígenas do Xingu lançam chocolates produzidos com técnicas ancestrais | | O sudoeste paraense, região do Xingu, concentra a segunda maior produção de cacau do país. É dali que saem cinco tipos de chocolates produzidos artesanalmente pelas mãos dos povos indígenas que receberam apoio da Norte Energia, concessionária da Usina Hidrelétrica Belo Monte. Trata-se de um empreendimento que nasceu em 2022 quando lideranças locais levaram sua ideia de negócio para uma das ações da hidrelétrica que visam promover a atividade produtiva e geração de renda de comunidades indígenas das proximidades. "Sempre pensamos em expandir nossa produção de cacau e também de frutas desidratadas. Enquanto meu avô era vivo, plantávamos apenas para nossa subsistência. Entretanto, eu sempre me preocupei em gerar renda para a comunidade e mostrar que os indígenas também têm o potencial de produzir e empreender", conta Katyana Xipaya, fundadora da marca. A Cacauway, primeira fábrica de chocolate da região, topou a parceria e ali dentro são manufaturados os chocolates a partir dos ingredientes preparados pelos indígenas, como as amêndoas e frutas. Segundo Katyana, a desidratação das frutas que compõem os doces é feita de forma ancestral, com secagem no sol e nas pedras. Por enquanto, os chocolates são vendidos apenas em lojas em Belém, Altamira e São Paulo. Já existem propostas para exportação, com participação em rodadas de investimentos. |
| | |
| | Colapso: Como as sociedades escolhem o fracasso ou o sucesso - Autor: Jared Diamond
- Editora: Record
O autor mostra o que fez com que algumas das grandes civilizações do passado entrassem em colapso e o que podemos extrair dessas experiências para evitar a destruição do nosso mundo. Esta é a newsletter "Negócios Sustentáveis". Inscreva-se para receber gratuitamente no seu email toda segunda-feira. |
| |
| |