Segunda-feira, 06/01/2025 | | | | | Patrícia Coimbra, Diretora de Gente e Cultura da Porto | Divulgação |
| Porto quer ampliar número de pessoas com seguro no país | | | Mariana Sgarioni |
| Quanto mais os eventos climáticos extremos dão as caras, a exemplo das fortes tempestades previstas para janeiro, mais o mercado de seguros estremece. A todo momento, é preciso refazer as contas, mexer nas modelagens de riscos e, evidentemente, nos preços das apólices. Para Patrícia Coimbra, diretora de Gente e Cultura da Porto, as mudanças climáticas também podem ser uma boa oportunidade de novos negócios dentro da agenda ESG da companhia, como, por exemplo, a inclusão securitária. "Hoje a penetração dos seguros no Brasil chega em torno de 20% da população. Queremos aumentar este número, com novos produtos que sejam abrangentes e novos modelos de negócio que atendam mais gente. Cada vez mais, as pessoas vão precisar de proteção", diz. O Grupo Porto é uma holding de seguros que também atua no setor financeiro e conta hoje com 13 mil colaboradores, 13 mil prestadores, mais de 35 mil corretores parceiros, além de 15,8 milhões de clientes. *** Ecoa: Podemos dizer que as catástrofes climáticas estão promovendo uma mudança no modelo de negócio das seguradoras? Patricia Coimbra: É preciso buscar ferramentas para gestão de riscos e precificação que estão sendo desenvolvidas. E aqui não falo só do Grupo Porto e sim de todo o setor. Normalmente esta avaliação é feita com base no histórico levando em consideração o contexto atual para traçar cenários futuros. Como você pode imaginar, esse sistema de planejamento não está mais funcionando. Aqui, na Porto, fazemos parte de grupos de trabalho setoriais junto à CNSeg e bebemos muito da fonte das empresas que trabalham com resseguro, por exemplo. Ecoa: Por que? Patricia Coimbra: O mercado ressegurador garante os riscos das seguradoras quando os valores de sinistro excedem um determinado valor. Então eles trabalham com um nível muito mais alto de risco. Por isso temos ouvido estas resseguradoras, uma vez que elas têm mais musculatura para trabalhar a partir de mudanças climáticas. Além disso, temos nossos grupos internos também de gestão de riscos em que todas as áreas estão envolvidas pensando também nas oportunidades deste momento. Ecoa: Quais oportunidades? Patricia Coimbra: Quando a gente cita mudanças climáticas não estamos apenas falando em precificação ou na gestão de riscos. Também pensamos que precisamos aumentar o número de segurados no Brasil, caminhar para uma inclusão securitária. Veja o que aconteceu no Rio Grande do Sul, os incêndios no país inteiro, a escassez hídrica. É muito impacto. Então, de que maneira podemos pensar também numa precificação que nos permita cuidar de mais gente? Claro que o negócio tem que crescer, mas o grande objetivo é ter mais pessoas protegidas. E de novo: você só consegue fazer isso com um excelente trabalho de mitigação de riscos - é ele que permite ampliar o portfólio de produtos e soluções. |
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| Publicidade | | | | Sustentabilidade deve ser montada e mapeada - assim como todos os outros dados da empresa | Unsplash |
| Quebra-cabeças: você sabe por que deve medir suas emissões de carbono? | | Diminuir - ou, na melhor das hipóteses, zerar - a emissão de gases de efeito estufa deveria ser o compromisso de toda empresa que pretende se manter em pé nos próximos anos. Porém, para fazer esta redução, é preciso voltar uma casa no jogo e botar no papel qual o volume destas emissões. Isso se faz com o chamado Inventário de Gases de Efeito Estufa - documento que será obrigatório para diversas organizações brasileiras a partir de agora. Quem ainda não começou, pode aproveitar este início de ano e arregaçar as mangas. "Imagine um CEO que não sabe quanto sua empresa fatura por mês e quanto paga de imposto. Isso não existe porque ele depende destes dados. Pois a sustentabilidade também é um dado, é um número", afirma Isabela Basso, fundadora da Zaya, startup que calcula impactos ambientais com softwares. Ela aponta que o primeiro passo é iniciar o cálculo por escopo. Segundo o Greenhouse Gas Protocol (GHG Protocol), principal padrão corporativo e que é usado no inventário, as emissões são classificadas em três escopos. Na sequência, é preciso entender dentro da organização quem é a pessoa responsável por cada informação. "Se o colaborador compreende que aquilo não é só um número e sim representa um impacto no ambiente, ele percebe seu papel dentro deste processo tão importante. Quando a equipe começa a reportar os dados, passa a se sentir responsável e as iniciativas de redução começam a acontecer espontaneamente", explica Isabela. A executiva lembra ainda que as empresas podem lucrar com os dados reportados no inventário. "Reduzir as emissões representa um diferencial competitivo: você vai vender mais, ter mais acesso a crédito, ter mais portas abertas. No mercado interno e externo. Estamos falando não apenas sobre clima, mas também sobre dinheiro". |
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| | Em 60 segundos, tecnologia de app faz diagnóstico em pés de diabéticos | Unsplash |
| Aplicativo gratuito prevê risco de amputações em diabéticos | | A amputação de um membro do corpo é uma decisão médica delicada e que só acontece em casos de extrema necessidade - a grande maioria poderia ser evitada caso o problema tivesse sido detectado a tempo. O exame pode até ser feito a distância - e foi esta tecnologia que a startup LookInside criou: um aplicativo que pode ser baixado gratuitamente e que, por meio de fotos simples, pode prevenir o risco de amputações em pés de pessoas diabéticas. Criada pelo médico Hermilio Carvalho e incubada no Tiradentes Innovation Center, em Sergipe, a startup propõe método simples e rápido de ser colocado em prática: depois de baixar o aplicativo, o usuário deve tirar duas fotos dos pés, uma do dorso e outra da sola. As imagens são imediatamente enviadas a profissionais que vão fazer uma avaliação e responder em cerca de 60 segundos se estes pés correm risco de amputação. Os exames tradicionais demoram mais de 40 minutos. "O aplicativo não substitui um exame presencial. Trata-se de uma primeira triagem. Em geral, os diabéticos não gostam muito de fazer exames, costumam ser arredios. Mas tirar uma foto do pé é rápido e fácil", comenta Carvalho. Ele conta que teve a ideia do aplicativo após ver um tio perder um dos pés enquanto ele ainda era estudante de medicina. "Mais de 80% das amputações no Brasil em decorrência de diabetes poderiam ter sido evitadas com prevenção". De acordo com o SUS (Sistema Único de Saúde), em 2022, foram feitas 31.190 cirurgias de amputação de membros inferiores (pernas ou pés). Em 2023, este número cresceu para 70.945, sendo que a principal causa destas amputações é a diabetes. De acordo com a startup, no mundo, a cada 45 segundos um pé de pessoa diabética é amputado. |
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