Segunda-feira, 23/12/2024 | | | | | Auri Marçon, presidente executivo da Associação Brasileira da Indústria do PET (Abipet) | Divulgação |
| Presidente da Abipet alerta: falta coleta para reciclagem | | | Mariana Sgarioni |
| Muita gente torce o nariz quando o assunto são as polêmicas garrafas PET, que se tornaram um símbolo do lixo plástico que se acumula em aterros e oceanos. Neste fim de ano, época de festas, essas embalagens protagonizam dez entre dez fotos de resíduos que sobram e são descartados de forma inadequada. No entanto, segundo Auri Marçon, presidente-executivo da Associação Brasileira da Indústria do PET (Abipet), essa reputação é injusta. "O PET é o plástico mais reciclado no Brasil e no mundo. Ele é o mais nobre que existe e pode ser reutilizado inúmeras vezes, até infinitas vezes", defende. Ele aponta que a má fama do PET se deve à falta de coleta seletiva no Brasil: dados da ABIPET mostram que a indústria chega a ter 40% de ociosidade de sua capacidade instalada de reciclagem por falta de matéria-prima. A seguir, Auri Marçon, empresário que, há pelo menos três décadas, acompanha o movimento desse mercado, explica um pouco do processo. *** Ecoa: As garrafas PET são um dos resíduos mais encontrados nos oceanos e podem demorar 800 anos para se decompor. Podemos falar em sustentabilidade deste material? Auri Marçon: Quando a gente fala de PET, gostaria de trazer mais sorrisos e menos caras feias. O PET é um plástico diferenciado, o mais reciclado no Brasil e no mundo. Ele nem foi criado para ser uma garrafa, nasceu para a indústria têxtil: foi inventado como fibra no pós-guerra. Muitas coisas hoje são feitas a partir de PET reciclado e você nem imagina: filtros de coifas, mantas para drenagem de água em estradas e prédios, tênis, tintas, móveis, carpetes e até para-choques de caminhões. Onde está o gargalo então? Na coleta e na separação. Não tem matéria-prima para abastecer a indústria da reciclagem, que chega a 40% de ociosidade. As empresas investem em equipamento e fica tudo parado porque a matéria-prima não chega. Por que não? Nossa cobertura de coleta seletiva é mínima. Menos de 10% das cidades brasileiras mantêm um sistema de coleta seletiva. Hoje, 90% das embalagens que serão recicladas vêm de catadores e sucateiros. Mas o trabalho dos catadores não é profissionalizado ainda. Pois é. Para que o processo seja eficaz de verdade, mais do que cooperativas de catadores, precisamos de centrais de separação para ganhar escala. O PET é a segunda maior fonte de renda para os catadores. Um catador hoje pode virar uma cooperativa amanhã e depois virar uma pequena empresa. Como acelerar este processo? As prefeituras têm a obrigação de implantar a coleta seletiva. Está na lei, mas isso vem sendo adiado. Se as prefeituras criarem centros de triagem, os catadores podem organizar esses centros. A receita gerada pelas embalagens PET somente na coleta e separação para sucateiros e catadores chegou a R$ 1,5 bilhão no ano passado. O material é atrativo e os catadores sabem disso. |
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| Publicidade | | | | Um tempo de descanso durante a jornada de trabalho ajuda o cérebro a relaxar e voltar a produzir melhor | Unsplash |
| Saiba por que pequenas pausas durante o dia ajudam a produtividade | | Estamos no mês oficial da correria e da exaustão. E, quanto mais perto chega o fim do ano, pior fica. Com tantas tarefas e pendências a resolver, o cérebro não para - e, portanto, produz cada vez menos. Não espere que nenhum projeto ou ideia brilhante saia de sua cabeça nesta época porque ela precisa do mínimo de pausa, seja para compreender novos aprendizados, seja para criar algo significativo. É o que diz a ciência: um estudo do National Institutes of Health, dos Estados Unidos, descobriu que, durante pequenos descansos diários, o cérebro dos voluntários aprenderam melhor e consolidaram memórias com mais eficácia. Já não é de hoje que especialistas chamam a atenção para os benefícios dos "microbreaks", ou seja, qualquer momento que quebre a rotina diária de trabalho. Isso pode durar poucos minutos e envolver qualquer atividade, desde tomar um cafezinho, fazer alongamentos, ou bater um papo. "O tempo de descanso não é visto pela nossa sociedade como um tempo produtivo. Por isso, acaba gerando mais angústia do que prazer. Porém, as pausas durante o dia são essenciais não apenas para o bem estar físico e mental como também para a criatividade, o foco, e a tomada de decisões", observa Danilca Galdini, sócia e Diretora de Insights da Cia de Talentos, plataforma de educação para carreira. Daniela lembra que o tempo de pausa é tão importante que deveria fazer parte das estratégias das empresas, uma vez que ele aumenta não só a qualidade de vida como também o engajamento do colaborador. "Estamos em uma época pós-pandemia, que gerou uma exaustão generalizada. Esta exaustão tem impacto em tudo, inclusive na satisfação com o trabalho. O engajamento é um dos principais desafios nas organizações e isso está atrelado ao tempo de descanso. Ele é importante para a sustentabilidade das empresas. Lembrando que o excesso de trabalho volta para as organizações em forma de prejuízo: muita gente aparentemente está produzindo, mas se você olhar bem, não está", alerta. |
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| | Shellmet, capacete produzido a partir de cascas de vieiras descartadas no Japão | Divulgação/ Koushi-chem.co |
| Japão produz primeiro capacete feito de resíduos de conchas marinhas | | A vieira japonesa é um molusco marinho de sabor leve, adocicado, amplamente utilizado pela gastronomia internacional e que tem uma linda concha em forma de leque. Os pratos com vieiras não incluem suas conchas, por isso, diariamente, toneladas delas são descartadas de forma inapropriada no Japão. Em 2022, uma solução inovadora apareceu: o Shellmet, capacete feito a partir dos resíduos de conchas marinhas gerados na produção de vieiras da província de Sarufutsu, uma das maiores produtoras deste molusco do mundo, em Hokkaido. Pensando em soluções para a contaminação do solo gerado pelos resíduos que ficam espalhados, a indústria química Koushi desenvolveu um novo material para confeccionar estes capacetes, denominado "shellstic", um tipo de bioplástico que combina carbonato de cálcio com plásticos reciclados. O primeiro passo da produção é o recolhimento das conchas que se acumulam diretamente nas praias, ruas e aterros. Para iniciar o desenvolvimento do "shellstic", as cascas são fervidas e pulverizadas com carbonato de cálcio. O caldo é misturado com plástico reciclado e depois entra em moldes do capacete, desenhado especialmente em formato de concha. O fabricante afirma que este design torna o produto 33% mais resistente que os tradicionais e o processo de produção gera 36% menos emissões. |
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| | A Hora e a Vez do ESG: provocações e reflexões em homenagem a Ricardo Voltolini Autor: Marco Aurélio Borges de Paula (coordenador) Editora: Forum Com prefácio de Raj Sisodia e escrito por profissionais de diversos perfis, o livro traz as ideias de Ricardo Voltolini, um dos precursores da sustentabilidade empresarial no Brasil e autor de mais de dez livros sobre o assunto. Seu conteúdo teórico e prático expõe o que há de mais atual sobre a agenda ESG no Brasil e no mundo. |
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