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Países vão rever modelos de construção civil para frear aquecimento global

Objetivo é zerar as emissões de gás carbônico na indústria de construção civil Imagem: iStock

08/03/2024 18h42

Pelo menos 70 países concordaram, hoje (8), em revisar e adaptar modelos de construção de edifícios para frear o aquecimento global e protegê-los de fenômenos climáticos, anunciaram a ONU e o governo francês.

O primeiro "Fórum Mundial sobre Edifícios e Clima", que teve início ontem, foi organizado conjuntamente pela PNUMA (Agência das Nações Unidas para o Meio Ambiente) e o governo francês e foi encerrado com a "Declaração de Chaillot", em referência ao palácio que recebeu a cúpula.

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Na reunião participaram ministros do Meio Ambiente ou da Construção dos países signatários, incluindo Estados Unidos e Arábia Saudita, com exceção da China. Jader Barbalho Filho, ministro das Cidades do Brasil, esteve presente. Também compareceram construtores, arquitetos, engenheiros, escritórios de design, indústrias de materiais ou de construção, diplomatas ou doadores internacionais.

O objetivo é zerar as emissões de gás carbônico na indústria de construção civil, responsável por grandes lançamentos de gases de efeito estufa, responsáveis pelo aumento das temperaturas globais.

Busca-se, também, aumentar a resistência destes edifícios diante de tempestades, inundações e das ondas de calor, sobretudo em países mais vulneráveis.

A construção é um setor "onde as emissões mundiais de gases de efeito estufa continuam aumentando" e "não vão por um bom caminho para alcançar a descarbonização até 2050" e respeitar o Acordo de Paris sobre o clima de 2015, segundo a declaração.

A ONU estima o dobro dos edifícios construídos no mundo de hoje até 2060, bem como o consumo de quase duas vezes a quantidade de matérias-primas utilizadas, a maioria das quais é dedicada às construções.

Atualmente, o setor é responsável por 21% das emissões mundiais de gases do efeito estufa e de 37% dos lançamentos de gás carbônico associados à energia. Também representa 34% da demanda energética e capta metade do consumo mundial de matérias-primas, de acordo com o documento.

Além disso, as demolições e renovações geram 100 bilhões de toneladas de resíduos anualmente, a maioria dos quais não são reutilizados, e 35% terminam em áreas onde são enterrados.

Entre os compromissos firmados pelos participantes, estão a prioridade concedida à renovação em detrimento de novas construções, com o objetivo de reduzir o uso de recursos não renováveis e aumentar a eficiência energética.

A Declaração de Chaillot estimula a economia de água e energia, e afirma que é preciso reduzir ao máximo os edifícios com ar condicionado, dando preferência à circulação de ar no interior os prédios e certificando a capacitação de uma mão de obra qualificada para realizar tais tarefas.

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