Mundo sofre novo episódio maciço de branqueamento de corais
O mundo passa por um episódio maciço de branqueamento de corais devido às temperaturas recorde dos oceanos, alertou a NOAA (Administração Nacional Oceânica e Atmosférica), uma agência dos EUA, nesta segunda-feira (15).
Pela segunda vez em dez anos, os recifes de corais de todo o mundo se veem afetados por um significativo fenômeno de descoloração relacionado ao aumento da temperatura da água, e algumas partes da Grande Barreira de Corais da Austrália correm risco de desaparecer.
Embora possa provocar a morte dos corais, o branqueamento é um fenômeno reversível, já que aqueles afetados podem sobreviver se as temperaturas baixarem e outros fatores de estresse forem reduzidos, como a pesca predatória e a poluição.
"De fevereiro de 2023 até abril de 2024, um branqueamento significativo dos corais foi registrado tanto no hemisfério norte como no hemisfério sul de cada uma das principais bacias oceânicas", disse Derek Manzello, da NOAA.
O fenômeno foi confirmado em todas as regiões tropicais, especialmente no Brasil, na Flórida (sul dos Estados Unidos), no Caribe e no Pacífico Tropical Leste.
A Grande Barreira de Corais da Austrália, o maior sistema de recifes do mundo e o único visível do espaço, foi gravemente impactada, assim como amplas faixas do Pacífico Sul, do Mar Vermelho e do Golfo.
"Sabemos que a maior ameaça para os recifes de corais de todo o mundo é a mudança climática. A Grande Barreira não é uma exceção", declarou no mês passado a ministra australiana do Meio Ambiente, Tanya Plibersek.
Os repetidos episódios de branqueamento em massa ameaçaram retirar dessa atração turística seu esplendor, deixando bancos de corais antes de cores vibrantes com um tom esbranquiçado.
Mais frequentes
Esses invertebrados marinhos, formados por animais translúcidos individuais chamados pólipos, mantêm uma relação simbiótica com as algas que vivem dentro de seus tecidos e lhes fornecem sua principal fonte de alimento.
Quando a água fica quente demais, os corais expulsam as algas e se tornam brancos, um fenômeno que os deixa expostos a doenças e à morte.
"À medida que os oceanos se aquecem, o branqueamento do coral se torna mais frequente e grave", afirmou Manzello.
As consequências desse fenômeno são múltiplas. O branqueamento afeta os ecossistemas oceânicos, mas também as populações humanas porque repercutem na segurança alimentar e nas economias locais.
"A escala e a gravidade da descoloração em larga escala dos corais é uma prova clara dos danos causados pela mudança climática neste momento", acrescentou.
O atual episódio de branqueamento é o quarto registrado pela NOAA desde 1985. Os anteriores foram observados em 1998, 2010 e 2016.