Metade dos ecossistemas de manguezais estão em risco, diz estudo
Metade dos ecossistemas de manguezais do mundo está em risco de colapso devido à mudança climática, o desmatamento e a poluição, segundo um estudo publicado nesta quarta-feira (22) pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, sigla em inglês).
Esta organização, conhecida por elaborar a lista vermelha de espécies ameaçadas, analisou as reservas de manguezais em 36 regiões distintas.
A análise "destaca a necessidade urgente de uma conservação coordenada dos manguezais, hábitats fundamentais para milhões de ecossistemas vulneráveis no mundo".
Estas plantas consistem em árvores ou arbustos que crescem principalmente em águas marinhas ou salobras (mais salgadas que a água doce e menos do que a água do mar) ao longo das costas ou margens de rios em climas equatoriais.
Em seu estudo, a IUCN alerta que "50% dos ecossistemas dos manguezais analisados correm risco de colapso" e que 20% dos casos é grave.
As ameaças a estes ecossistemas são o desmatamento, a poluição, a construção de barragens, o aumento do nível do mar e a maior frequência de tempestades devido às mudanças climáticas.
Cerca de 15% das costas do mundo são cobertas por manguezais, que revestem uma área de 150 mil quilômetros quadrados. Um terço dos ecossistemas analisados estão ameaçados pelo aumento do nível do mar.
Segundo as estimativas do estudo, 25% da área ocupada por manguezais ficará submersa em 50 anos se o ritmo atual continuar, afirma a IUCN.
O noroeste do oceano Atlântico, o norte do oceano Índico, o Mar Vermelho, o Mar da do Sul da China e o Golfo de Aden são as áreas que podem ser mais afetadas.
O estudo indica que cuidar desses ambientes é fundamental para mitigar os efeitos das mudanças climáticas, já que um manguezal saudável ajuda a lidar melhor com o aumento do nível do mar e protege a população dos estragos causados pelas fortes tempestades.
"Os ecossistemas dos manguezais são excepcionais por sua capacidade de fornecer serviços essenciais à população, como redução do risco de desastres costeiros, armazenamento de carbono e apoio à pesca", afirma Angela Andrade, presidente da comissão de gestão de ecossistemas da IUCN.
"Sua perda seria desastrosa para a natureza e para as pessoas em todo o mundo", acrescentou.
Deixe seu comentário
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.