Rascunho do acordo de financiamento climático não determina valores
O mais recente rascunho de um acordo climático da ONU, publicado nesta terça-feira (15), reduz as opções para aumentar o financiamento aos países mais pobres e deixa sem solução a espinhosa questão de quanto deveriam receber.
As quase 200 nações convocadas para a COP29, em novembro, em Baku, tentam definir uma nova meta de financiamento para substituir os US$ 100 bilhões anuais (R$ 563 bilhões na cotação atual) que os países ricos prometeram para ajudar o mundo em desenvolvimento a enfrentar o aquecimento global.
Essa meta expira em 2025 e é considerada muito abaixo do que as nações mais vulneráveis ao clima precisam para se preparar para o futuro e reduzir suas próprias emissões que provocam o aquecimento do planeta.
Os países doadores ricos, incluindo os Estados Unidos e a União Europeia, concordaram em manter o financiamento, mas rejeitaram demandas acima de US$ 1 trilhão por ano (R$ 5,63 trilhões).
Ainda não fizeram uma oferta, mas o Azerbaijão, anfitrião da COP29, indicou na segunda-feira que bilhões de dólares em dinheiro público seriam uma meta "realista".
O último projeto do acordo de financiamento, publicado pela secretaria da ONU para o clima, refina uma versão anterior ao propor três caminhos diferentes, mas deixa muitos aspectos sem solução.
A primeira opção apresenta o acordo buscado pelos países em desenvolvimento: que os países ricos e industrializados, os maiores responsáveis pela mudança climática, paguem com os seus orçamentos.
Isto envolveria pagamentos anuais de até US$ 2 trilhões por ano (R$ 11 trilhões) em "termos equivalentes a subvenções" por um período indeterminado, segundo o rascunho.
A segunda opção "incentiva" outros países a dividirem o fardo, uma exigência fundamental dos países desenvolvidos, especialmente aqueles que enfrentam pressões políticas e orçamentárias internas. Esta proposta exige a contribuição de "todas as fontes" de financiamento, públicas e privadas.
A terceira opção propõe uma mistura das duas anteriores.
A questão de quanto os países ricos estão realmente dispostos a pagar - nenhum valor concreto foi apresentado durante meses de longas negociações - permanece em aberto.
A UE, o maior contribuinte para o financiamento climático, anunciou sua posição para a COP29 na segunda-feira, mas não propôs um montante.
No entanto, observou que "o financiamento público por si só não pode fornecer os níveis de financiamento necessários" e que o investimento privado terá de constituir a maior parte.
O Azerbaijão sediará a cúpula COP29 entre 11 e 22 de novembro em Baku.