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Austrália vai acolher cidadãos de país que pode desaparecer no mar

Vista aérea de Tuvalu, nação do Pacífico Sul que pode desaparecer devido à crise climática e à elevação dos oceanos Imagem: Mario Tama/Getty Images

28/08/2024 19h56

A partir de agora, cidadãos da nação insular de Tuvalu, na Polinésia, terão direito de residência permanente na Austrália. O principal motivo é que o pequeno país de apenas 11 mil habitantes corre o risco de sumir do mapa devido às mudanças climáticas que provocam o aumento do nível do mar. Especialistas temem que o arquipélago possa ficar completamente submerso em 100 anos.

O acordo entre os dois governos entrou em vigor nesta quarta-feira (28), embora já tivesse sido assinado em novembro do ano passado. É a primeira vez que um país assume o compromisso legal de ajudar Tuvalu.

O primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, descreveu o acordo como um "momento histórico e de orgulho para os dois países". "Juntos somos mais fortes e podemos confiar uns nos outros nestes tempos difíceis", afirmou.

O chefe de governo de Tuvalu, Feleti Teo, classificou o documento como "inovador". Ambos estão em Tonga, onde participam do Fórum das Ilhas do Pacífico (FIP).

Outros tipos de ajuda

Segundo o acordo, a cada ano, 280 tuvaluanos, ou seja, cerca de 2,5% da população do arquipélogo, poderão passar a viver, trabalhar ou estudar na Austrália com um visto especial.

O governo australiano também se comprometeu a fornecer assistência caso o arquipélago solicite ajuda em uma emergência, como um desastre natural, uma pandemia ou um ataque militar.

Em troca, Tuvalu prometeu negociar com a Austrália qualquer novo envolvimento com governos estrangeiros quando se tratar de defesa e segurança. A China, em particular, está fazendo grandes esforços para expandir sua influência no Pacífico Sul.

EUA têm acordos semelhantes

Tuvalu consiste em nove ilhas e está localizado a cerca de 3.500 quilômetros a nordeste da Austrália. O arquipélago tem uma altura média de apenas dois metros acima do nível do mar. Seu ponto mais alto se eleva a apenas cinco metros do mar, o que faz o conjunto de ilhas correr o risco de sumir do mapa, pois o nível do mar no Pacífico Sul está subindo muito rapidamente como resultado do aquecimento global.

Os EUA firmaram acordos semelhantes a esse com Estados particularmente vulneráveis do Pacífico, incluindo Palau e as Ilhas Marshall. Isso envolve apoio econômico, mas também troca de acesso militar a áreas marinhas estrategicamente importantes.

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