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Incêndios florestais e calor acima de 50°C: o que explica temperatura recorde em Marrocos?

Mulheres vestidas com o niqab em Marrocos. (16.mai.2014). - Fadel Senna/AFP
Mulheres vestidas com o niqab em Marrocos. (16.mai.2014). Imagem: Fadel Senna/AFP

Das agências.

15/08/2023 15h02

A estação meteorológica de Agadir, no sul de Marrocos, registrou 50,4°C na última sexta-feira (11). A Direção-Geral de Meteorologia (DGM) do país indicou que esse é o novo recorde nacional.

Segundo o órgão, o recorde precedente datava de 13 de julho, quando Smara, cidade do Saara ocidental, registrou 49,9°C. Segundo a DGM, essa é a primeira vez na história do país, desde que as temperaturas começaram a ser registradas, que o calor ultrapassa os 50°C.

Desde o início do verão, todo o território marroquino foi atingido por uma série de ondas de calor que levaram os termômetros a registrarem recordes. Segundo especialistas, a média está de 5°C a 13°C mais alta que as temperaturas consideradas normais para essa época do ano.

Este tempo escaldante se deve à chegada de uma massa de ar seco e quente pelo Sul provocando um aumento significativo das temperaturas, principalmente na sexta-feira e no sábado, DGM em comunicado.

Incêndios florestais

A onda de calor no Marrocos é apontada como a responsável por incêndios florestais nos últimos dias no norte do país, perto de Tânger, e na província de Taza, no leste. As chamas, alimentadas por ventos violentos, danificaram ou destruíram várias centenas de hectares de vegetação.

O último mês de julho foi considerado o mais quente já registrado na Terra, segundo o serviço europeu Copernicus. No Marrocos, o período é considerado o quarto mais quente desde 1961.

Iraque pode registrar 51°C

O Iraque também enfrenta uma onda de calor intensa e sufoca nesta segunda-feira (14) pelo segundo dia consecutivo. A capital Bagdá registrou 50°C no domingo (13) e o sul do país pode registrar 51°C hoje nas regiões de Samawah, Nassiriya, Diwaniyah et Najaf, indicou Amer al-Jabri, porta-voz da agência meteorológica iraquiana.

Em algumas províncias, como Dhi Qar, no sul, as autoridades reduziram o horário de trabalho dos funcionários públicos. Mas os iraquianos que têm que trabalhar ao ar livre evocam um calvário.

É o caso de Faleh Hassan, 41 anos, entregador de móveis e eletrodomésticos. "O calor é indescritível, mas sou obrigado a trabalhar. Não tenho outra opção", diz o pai de família que tem seis filhos.

Boa parte da população iraquiana não tem ar-condicionado. Neste país, imensamente rico em petróleo, a rede elétrica é precária e só abastece as residências algumas horas por dia devido à sua falta de manutenção e capacidade.

Segundo a ONU, o Iraque é um dos cinco países mais expostos a certos efeitos das mudanças climáticas. O país enfrenta seu quarto ano consecutivo de seca e falta de chuvas, resultando em temperaturas extremamente altas e perda de sua biodiversidade.

(Com informações da AFP).

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