Os resultados de Sobral chamaram a atenção do próprio Ceará e de outros estados brasileiros, que passaram a se inspirar no sistema educacional fortemente estruturado na alfabetização na idade certa, na valorização do profissional da educação infantil, na gestão eficiente da escola e na formação continuada dos professores, dentro da carga horária de trabalho.
"Sobral não é mais uma ilha de excelência em educação no Brasil. A gente tem uma série de municípios que estão avançando com esse modelo de gestão pedagógica, muito focado no trabalho em sala de aula, com gestão de eficiência para gerar aprendizado entre os alunos", afirma Gabriel Corrêa, gerente de políticas educacionais da instituição não governamental Todos Pela Educação (TPE).
Não só outros municípios estão avançando com esse modelo - das dez cidades com maior Ideb nos anos iniciais do ensino fundamental, seis estão no Ceará -, mas também outros estados, e em etapas de ensino distintas. Goiás, Espírito Santo e Pernambuco são estados que, segundo Gabriel Corrêa, se inspiraram para o ensino médio no modelo de gestão escolar de Sobral, adotado também pelo governo estadual do Ceará, e que têm melhorado no Ideb.
No caso do ensino médio, embora a rede pública brasileira ainda apresente notas consideradas baixas, esses estados se destacaram por avanços no desempenho. Goiás, por exemplo, obteve, em 2017, o melhor resultado no ranking nacional de ensino público no ensino médio, com nota 4,3, seguido por Espírito Santo, com 4,1. Pernambuco, que era o primeiro no ranking anterior, ao lado de São Paulo, caiu para a 3ª posição, mas teve crescimento na própria nota, ficando com 4,0. Ceará também cresceu em relação a 2015 e ficou em 4º lugar, mesma posição que o estado de São Paulo, que teve queda na nota, ambos com 3,8.