Jayme Vita Roso, 88, viajou ao Zaire nos anos 1970 e se sentiu um homem diferente quando voltou para o Brasil. Até ali, era um advogado bem-sucedido. Trabalhava para grandes empresas e viajava pelo mundo. Conheceu a Europa, a Ásia, os Estados Unidos. O nome e o telefone de seu escritório estavam nos jornais, sempre envolvido em grandes burocracias jurídicas. Com o dinheiro, Jayme comprou um terreno em Parelheiros cujo tamanho equivalia a 43 campos de futebol. Seu objetivo era a construção de imóveis em uma das regiões mais verdes e desabitadas de São Paulo.
A propriedade, porém, não tinha vegetação. As árvores foram cortadas pelo dono anterior e a paisagem lembrava um campo de golfe com declives e sem obstáculos. Até então, os únicos protetores da mata no distrito eram os indígenas da aldeia Krukutu. O advogado não parecia se importar muito com a questão até ali, mas a viagem ao país africano, hoje República Democrática do Congo, havia alterado algo em Jayme. Os planos mudaram. Dali em diante, ele decidiu usar o sítio para plantar o máximo de árvores até reviver a floresta que existia no passado.