"Minha alimentação era normal", afirma a dona de casa Marina de Jesus, 55, que há cinco anos enfrenta duas doenças crônicas: diabetes e pressão alta. Bacon, por exemplo, nunca faltava no cardápio, diz ela.
De resto, linguiça, muitas frituras, tudo bem carregado de gordura. "Igual a todo mundo", justifica a mulher, atualmente em tratamento pelo SUS (Sistema Único de Saúde).
Apesar da demora no atendimento, Marina não reclama da UBS (Unidade Básica de Saúde) onde foi procurar ajuda. "Fiz exames que diagnosticaram os problemas e como estava obesa fui atendida por uma nutricionista". O principal tratamento foi mudar a alimentação. Ajudou a controlar as doenças e a perder peso.
No Brasil, a pandemia da covid-19 mostrou o tamanho e a importância do SUS, mas os braços de atendimento do sistema, como mostra o caso da Marina, vão para além das emergências em hospitais. Ensinar a comer melhor e incentivar a prática de atividades físicas são tratamentos contra doenças crônicas.
O alerta veio na década de 1980 quando especialistas nos Estados Unidos sinalizaram que pessoas estavam adoecendo por causa da alimentação. A explosão de casos por aqui aconteceu a partir de 2000, chegando à mesma constatação: os brasileiros estavam comendo muito mal.
Postos de saúde começaram então um trabalho, que segue até hoje, de ensinar a população a comer melhor. "Ações voltadas a todas as faixas etárias priorizam atitudes simples e fáceis", observa a nutricionista Juliana Menezes, que atende em uma UBS.