Alok é um dos DJs mais ouvidos do mundo, mas o sucesso não acabou com os dilemas e fantasmas que o perseguiam desde a adolescência.
Alok Achkar Peres Petrillo, filho de DJs e nascido em Goiás, adoeceu pela primeira vez com depressão por volta dos 10 anos. A doença ia e voltava, como um gosto amargo e persistente. O gatilho era complexo para a idade, mas envolvia um questionamento fundamental: o que acontece após a morte? O tempo passou, o músico alcançou sucesso, mas a questão e a doença o acompanharam. Quando a depressão chegou ao ápice, ele partiu pelo mundo em busca de respostas.
Quando voltou da jornada, fundou o Instituto Alok, coordenado pelo tio, Devam Bhaskar, para doar a projetos sociais no Brasil e em países como Moçambique e Índia. Ele também se prepara para lançar o primeiro álbum autoral, com participação de músicos indígenas, e um disco com cantos de povos originários. A renda será revertida para os yawanawás e huni kui, no Acre, e para outros povos envolvidos. São iniciativas para retribuir a quem o ensinou as respostas. Só no continente asiático, o Instituto Alok investiu R$ 12 milhões. Outros 25 milhões para o Brasil. Na maior manifestação indígena desde 1988, não à toa, Alok esteve lá para apoiá-los. "Todos estavam conectados ao divino, enquanto eu tinha tudo e não era grato por nada", diz.