No Pantanal, um tamanduá-bandeira perambula pelos quartos de hóspede de uma fazenda que não vê turistas há quase três meses. No Jalapão, cobras raras são vistas se banhando tranquilamente numa cachoeira. E, numa comunidade na Amazônia, mais pássaros sobrevoam as beiradas do rio desde que sumiram as lanchas dos visitantes.
Enquanto os animais parecem mais à vontade com o desaparecimento do homem em alguns pontos turísticos do Brasil, aqueles que ajudam a cuidar do seu habitat e fazer sua divulgação sofrem com o apagão do turismo de natureza.
Vaquinhas online pipocam em diversas redes para ajudar os guias e as comunidades que estão há meses sem trabalhar. Pior, eles tampouco têm previsão de quando poderão voltar a receber gente em suas regiões.
Em meio a uma situação tão desoladora, uma luzinha pisca no fim do túnel: a expectativa do mercado é um tremendo boom nos roteiros de natureza no pós-pandemia, graças às tendências de simplicidade e contemplação do meio ambiente, passeios ao ar livre e destinos selvagens com menos gente.
O desafio será acertar a hora certa de reabertura e voltar com protocolos de segurança que, certamente, diminuirá o acesso às maravilhas dos atrativos naturais brasileiros.