O acúmulo do exagero

Todos os brinquedos de plástico já fabricados na história ainda estão entre nós. E o seu impacto também.

Carina Martins Colaboração para Ecoa, em São Paulo

Há algo de muito exagerado em nossa relação com o plástico. E se a crescente prevalência de apelos de conscientização pode fazer parecer que o que anda demasiado é a preocupação, talvez você não saiba, por exemplo, que já engole o equivalente a um cartão de crédito por semana em microplásticos presentes na comida e água que consome. A não ser que beba água mineral, cerveja e outros engarrafados: nesse caso, a quantidade de plástico em seu corpo é bem maior.

Imagens de impacto à parte, é deste patamar de gravidade que estamos falando quando o assunto são resíduos plásticos. E a questão não é só do acúmulo de lixo sólido por aí. Poucos sabem, mas o plástico também libera toxinas de diversas maneiras em seu uso doméstico - contaminando o ar em brinquedotecas, liberando substância em contato com a pele e boca das crianças, e outros detalhes de que falaremos mais à frente.

Perguntada se não era o caso de relativizar esse risco - a ideia de carrinhos e bonecas enchendo de toxinas os quartos infantis parece aterrorizante demais para ser real - a coordenadora do Grupo de Pesquisa em Química Verde da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) Vânia Zuin é taxativa e desconcertante: "É motivo para pânico, sim".

Mas dá para reduzir danos se a gente tiver uma maior compreensão e aprendizado da dinâmica que, no fim das contas, dita nossos comportamentos. E de suas consequência e alternativas.

Hoje, 90% dos brinquedos fabricados no mundo são de plástico.

Plástico é bom. Brinquedo é bom. Mas todo brinquedo precisa ser brinquedo de plástico? E precisa ser tanto brinquedo?

Vânia Zuin leciona no Departamento de Química da UFSCar e é professora convidada do GCCE-UoY (Green Chemistry Centre of Excellence - ou Centro de Excelência em Química Verde, em tradução livre), na Inglaterra. Ela foi a responsável pela condução da pesquisa inédita "Infância plastificada - O impacto da publicidade infantil de brinquedos plásticos na saúde de crianças e no ambiente", encomendada pelo Instituto Alana.

A combinação de expertises do instituto, que tem o programa Criança e Consumo, e da pesquisadora, que é também doutora em Educação, foram a base de uma conquista importante: o início de uma construção de conhecimento sobre o complexo e potencialmente fundamental impacto da publicidade infantil na saúde física e mental das crianças - além do meio ambiente -, por meio da formação de hábitos e valores de consumo.

Em suma, sobre o que nos leva a, afinal, acumular esse exagero de plástico.

Parece uma volta grande. Mas não há nada em nossa relação com o plástico que não seja hiperbólico. Com exceção, justamente, daquilo que nunca é demais: a cautela. Os realizadores da pesquisa, apesar de não relativizarem a gravidade dos resultados, ressaltam que o estudo não pretende vilanizar o plástico ou os brinquedos. Pelo contrário: "O plástico é maravilhoso", diz Zuin.

A questão é complexa demais para ser resolvida com um cancelamento. "A problemática do brinquedo é muito importante de ser enfrentada", afirma a professora. "O uso pela criança e o reuso são ridículos diante do tanto de material. É uma aberração em termos de material, publicidade e deseducação. E, inclusive, de contaminação desses corpos, que são mais frágeis", alerta.

As consequências do excesso

  • Danos para o meio ambiente

    As primeiras bonecas de algum tipo de plástico surgiram há cerca de 150 anos. O plástico mais resistente, como o conhecemos, tornou-se prevalente a partir da década de 1940. Todo o tempo que se passou desde a fabricação do primeiro brinquedo de plástico até hoje não chega nem perto do tempo necessário para sua decomposição- alguns plásticos podem demorar até 500 anos. Isso significa que, potencialmente, todos os brinquedos de plástico já fabricados no mundo ainda estão entre nós.

  • Danos para a saúde física infantil

    O PVC é o favorito da indústria, mas a exposição excessiva aos ftalatos (químicos usados para amolecê-lo) por inalação, ingestão ou absorção na pele pode causar de asma a problemas hormonais, de desenvolvimento e reprodutivos. Há ainda um agravante que potencialmente prejudica quem é mais pobre: um estudo encontrou em bonecas de PVC e látex, principalmente as de baixo custo, cádmio, chumbo, cromo, zinco, alumínio e traços de tório, elemento radioativo.

  • Consumismo: não tem pra todo mundo

    Comprar um monte de brinquedos gera excitação momentânea - e consequente insatisfação. "É uma fábrica de infelicidade permanente, no fundo", diz Vânia Zuin, coordenadora do Grupo de Pesquisa em Química Verde da UFSCar. O consumo se sustenta na desigualdade. "Não existe material para fazer [brinquedo] para todos. Alguém tem que ter e boa parte, obrigatoriamente, tem que não ter". No Brasil, 20 milhões de crianças não têm acesso a brinquedos de grandes redes.

Influenciadores do lar

O pilar central e inédito do estudo é o impacto da publicidade infantil nesses comportamentos - e, assim, em suas consequências. "Se estamos realmente considerando o bem-estar das nossas crianças e a garantia de um futuro saudável e sustentável para elas, precisamos considerar os impactos ambientais dos estímulos de consumo gerado pelas empresas fabricantes de brinquedos", diz JP Amaral, mobilizador do Instituto Alana.

A publicidade infantil, hoje, é ilegal no Brasil. Mas há um movimento do atual governo federal, que abriu consulta pública no início do ano, no sentido de "flexibilizar" mais essa norma, em consonância com o que vem sendo feito com tantas outras regulações no país.

Para entender e se posicionar a respeito, é importante saber que publicidade infantil não significa publicidade de produtos infantis. A propaganda de brinquedo está liberada. Desde que não tente convencer a criança de nada. Publicidade infantil é considerada aquela que dirige a persuasão de consumo diretamente a pessoas de menos de 12 anos, que são consideradas vulneráveis e, dependendo da faixa etária, sem discernimento para identificar a persuasão.

Isso não tem nada a ver com o produto anunciado. Por um lado, brinquedos podem ser anunciados para que os pais decidam pela compra - isso está perfeitamente legal. Por outro lado, pode haver publicidade infantil para vender "carros, produtos de limpeza, hotéis e resorts, escolas de línguas, instituições financeiras e até impermeabilizantes", segundo denúncias realizadas ao longo da existência do programa Criança e Consumo.

Mas por que as empresas fariam anúncios para crianças? Os pais sabem essa resposta: oito em cada dez assumem que são influenciados pelos filhos na hora de fazer compras. Além disso, em marketing, a criança é vista não apenas como influenciador, mas como um consumidor fiel com toda a vida economicamente ativa ainda pela frente. A disputa pela conquista desses valores e hábitos quando eles ainda estão sendo formados é uma prioridade em diversos segmentos.

Portanto, apesar de alguns defensores da liberação da publicidade infantil argumentarem que toda decisão deve ficar a cargo dos pais, a prática promove exatamente o contrário, com a persuasão consumista passando por cima da autoridade parental e colocando a família sob efeito desse estímulo. O argumento passa por cima também da Constituição, que define a família, o Estado e a sociedade - portanto empresários - como corresponsáveis pelo bem-estar das crianças e pela defesa de seus direitos.

Se por um lado o brinquedo é feito para durar e até mesmo atravessar gerações, por outro o mercado de brinquedos e o seu marketing está a todo instante inserindo novidades nas prateleiras para que o público infantil queira um novo item todos os anos

"Infância plastificada - O impacto da publicidade infantil de brinquedos plásticos na saúde de crianças e no ambiente" (2020)

Marina Borrelli, contadora e mãe de uma menina de sete e um menino de cinco anos, conhece bem a situação. Mesmo não sendo muito afeita a dar presentes, Marina conta que há uma enormidade de brinquedos pela casa. "Minha casa é muito pequena, os dois dormem no mesmo quarto, tenho um espaço bem limitado", diz. Bem-humorada, ela ri dizendo que os brinquedos parecem "brotar" do chão - sensação que muitas famílias de classe média conhecem bem. Apesar de ainda haver no Brasil cerca de 20 milhões de crianças sem acesso a brinquedos, as que têm já entram direto nesse ciclo de consumismo.

A filha de Marina, como muitas de sua idade, adora a boneca LOL Surprise. "Ela é muito frustrada por eu nunca ter dado uma para ela", diz. A mãe nunca deu, e não gosta do brinquedo. Mas a menina tem várias, dadas por avós e outras pessoas.

Nas conversas em que nega novas boneca a sua filha, Marina fala: "Você gosta muito de ganhar a LOL, ama desembrulhar, mas é muito momentâneo para gastar 150 reais, não faz sentido. Se não tiver nenhuma criança do lado, não dura nem 15 minutos. Se tiver, vai rolar até uma competiçãozinha". Uma das primas da menina tem muitas bonecas — "todas as raras", conta. "E nem a menina que tem está satisfeita. É um negócio que não tem fim."

Fenômeno dos últimos anos, a LOL é uma boneca colecionável de cerca de 8 cm criada já a partir da consolidação da estética do unboxing. Unboxing são vídeos que mostram produtos sendo desembrulhados, criando antecipação pelo que está por vir. Esses vídeos - que não são apenas de brinquedos - registram juntos quase 12 bilhões de visualizações no YouTube Brasil.

A LOL é exatamente isso: uma bola de plástico envolta por entre 7 e 85 camadas de mais plástico (dependendo do modelo). Ao ir desembrulhando cada camada, a criança encontra pequenos adesivos e acessórios até, enfim, chegar à boneca. Lançada em 2016, vendeu mais de 800 milhões de unidades nos dois primeiros anos, e, desde então, nada indica desaceleração na moda. Redes de brinquedo brasileiras como a RiHappy dedicam uma parede inteira de suas lojas à LOL, e têm na boneca sua líder de vendas.

"Se fosse por mim, ela nem saberia da existência", diz Marina sobre a filha fã da boneca. Então, como sabe? Como, de repente, todas as crianças sabem? "São meio ratos de YouTube. Não sei exatamente de onde vem, essa que é a verdade", desabafa. A autora do estudo apresentado nesta reportagem concorda: "Muito da propaganda acontece hoje por veículos a que os adultos sequer têm acesso, o que é assustador", diz Zuin.

Entretenimento ou publicidade?

É difícil mapear, hoje, o que é propaganda. A estratégia atual do marketing tende a ser o que chamam de omnichannel, ou seja, onicanais, ou onipresente. Ela é difusa entre diversos momentos da vida on e offline, e acompanha a experiência de compra do consumidor. Um vídeo de unboxing é entretenimento ou publicidade? Como os pais podem saber quem paga aquele conteúdo?

Hoje, não podem. A política de anúncios do YouTube Kids, por exemplo, diz respeito apenas aos anúncios em que o pagamento de mídia é feito para a própria empresa. Ou seja, aos anúncios veiculados pelo YouTube. Dentro dos vídeos publicados, no entanto, em transações entre anunciantes e influenciadores, só há interferência se o próprio influenciador decidir espontaneamente marcar aquele conteúdo como publicitário. E, se ele fizer isso, terá seu conteúdo retirado do ar.

O canal Hoje é dia de Marias tem mais de 5,6 milhões de inscritos e publica vídeos estrelados por duas irmãs - hoje com sete e oito anos - desde 2016. Os vídeos têm conteúdos diversos, e muitos deles são unboxing e outras abordagens de produtos. A playlist dedicada ao tema LOL, por exemplo, tem 56 vídeos. Apesar de haver na descrição do canal um endereço para quem "quer nos enviar algo", nada diz se há nele conteúdo publicitário. Um mesmo vídeo que aparece sem nenhuma marca no YouTube, no entanto, aparece listado como "publicidade" no perfil das irmãs do Instagram, onde as regras são diferentes e o conteúdo de marca é mais naturalizado.

O caso é um dos citados na denúncia de publicidade infantil feita pelo Instituto Alana ao Ministério Público do Espírito Santo contra a Candide, empresa distribuidora das bonecas LOL no Brasil. A reportagem procurou a empresa e perguntou, entre outras coisas, se a Candide "faz publicidade direcionada a crianças, fornece ou já forneceu produtos para youtubers mirins no Brasil e fornece ou já forneceu remuneração para youtubers mirins no Brasil?". Por meio de sua assessoria de imprensa, a empresa disse que não estava disponível para responder às questões.

Quanto tempo [a criança] vai brincar com aquela primeira boneca que veio naquele invólucro cheio de confete e serpentina? Vira resíduo no momento seguinte a que é aberta. Em pouco tempo, é considerada um lixo - em termos psicológicos e materiais

Vânia Zuin, coordenadora do Grupo de Pesquisa em Química Verde da Universidade Federal de São Carlos

Maleabilidade tóxica

Se o estudo trata o consumismo como uma ameaça à saúde mental, aborda também questões de saúde física relacionadas ao excesso de plástico na vida das crianças. Na fabricação de brinquedos, três tipos de plástico são predominantes: PEBD (polietileno de baixa densidade); PP (polipropileno); e, especialmente, o PVC (policloreto de vinila). Nem todo tipo de plástico é saudável para ser usado em brinquedos. O PVC com os ftalatos e o PC com os variados bisfenóis colocam em risco a saúde e o futuro das crianças.

O PVC tem muitas vantagens de produção. É a matéria-prima principal da maior parte dos brinquedos, especialmente os maleáveis - inclusive para bebês. Acontece que, para que o PVC se torne maleável para que a criança o aperte ou morda, ou para fazer a "pele" de bonecas, enfim, para ser usado em seu propósito, é preciso acrescentar a ele os ftalatos, classe de químicos que amolece os plásticos.

"Quando pensamos em PVC, a primeira coisa que vem à nossa cabeça são os canos", explica Zuin. "Aquela é a textura do PVC sem ftalatos". Não é assim que ele se apresenta nos brinquedos. O problema é que a ciência já demonstrou que a exposição excessiva aos ftalatos é danosa. Por isso, a Portaria nº 369/2007 do Inmetro determinou limite de 0,1% dos químicos na composição de brinquedos feitos à base de PVC.

"Tá abaixo do permitido, OK. Mas se usar um monte de vezes vai ficar acima", lembra a professora. Segundo ela, são muitas as misturas nos plásticos, cada um com sua consequência. "Alguns compostos ficam retidos, vários são lipossolúveis e podem se acumular. Causam cânceres, alergias, estresse oxidativo. O consumo irrefletido de materiais plásticos é uma aberração tanto química quanto educacional."

E há o agravante de nem sempre os produtos estarem sequer dentro dos parâmetros. Um teste do IDEC (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) em 2008 encontrou produtos que excedem em 390 vezes essa marca.

Um outro estudo citado na pesquisa analisou as substâncias encontradas em bonecas de PVC e látex: metais como cádmio, chumbo, cromo, zinco e alumínio, além dos ftalatos. Havia até traços de tório, um elemento radioativo, em uma das amostras estudadas. Isso é comum especialmente em brinquedos pirateados ou de baixo custo. O que acaba criando uma outras questão social, de classe, dentro dos riscos da indústria. O acúmulo impensado de plásticos parece ser realmente um novelo de problemas.

O país terá produzido cerca de 1,38 milhão de toneladas de brinquedos de plástico no acumulado entre 2018 e 2030. Como comparação, considerando um caminhão de lixo padrão de 7 toneladas de capacidade e 10 metros de comprimento, esse montante equivale a 198 mil caminhões enfileirados de São Paulo a Salvador

"Infância plastificada - O impacto da publicidade infantil de brinquedos plásticos na saúde de crianças e no ambiente" (2020)

Longa odisseia terrestre

O maior distribuidor de brinquedos do mundo é o McDonald's. Os brindes de seu McLancheFeliz são atrativos para começar ainda na infância uma relação de vida inteira com seu consumidor; são colecionáveis e, quase sempre, são também peças de divulgação de um novo filme ou produto. Ou seja, são, na prática, a chave de mais e mais portas de consumismo.

Este é um plástico que justifica sua existência e tão longa permanência na Terra?

A atual Política Nacional de Resíduos Sólidos não prevê a obrigatoriedade de logística reversa para os fabricantes de brinquedos - embora preveja para as embalagens. No acordo setorial, os envolvidos devem dar destinação adequada a 22% do total de embalagens produzido. Isso não significa, obviamente, que cada empresa rastreia seu próprio resíduo, mas, sim, que participam do encaminhamento do equivalente a 22% do montante produzido pelo setor.

Por exemplo, se eu jogo uma garrafa PET em um ponto de coleta disponibilizado em um supermercado, estou participando do mesmo montante dividido por todo o setor de embalagens. Acontece que algumas reciclagens são mais complexas que outras. Algumas são tão complicadas que se tornam financeiramente inviáveis. O plástico, cuja reciclagem parece tão simples e difundida, deixa de ser tão facilmente reciclável conforme recebe acréscimos: corantes, brilhos, outros tipos de plásticos e vernizes, por exemplo. Ou seja, basicamente à medida que se torna uma embalagem de brinquedo. Ou um brinquedo.

"Em termos de regulação o Brasil pode ser considerado pioneiro", diz Fabricio Soler, advogado especializado em Direito do Ambiente e Direito dos Resíduos. Fabrício participou da construção da Política Nacional de Resíduos Sólidos, e não vê falta de leis nesse sentido. Pelo contrário, vê legisladores criando projetos para a opinião pública sem levar em conta questões concretas. "É o vereador que proíbe canudo, mas a cidade dele tem lixão", explica.

Sobre o descompasso entre legislação e execução, Soler lembra que desde os anos 1950 - e, mais intensamente, desde os 1970 - os lixões vêm sendo proibidos no país. E, no entanto, esse ainda é o destino de 40% do lixo brasileiro. O problema é que todo mundo precisa pagar para que o lixo seja destinado corretamente. "O que falta é assegurar sustentabilidade econômica", afirma. E quem legisla para a opinião pública não vai nem querer ouvir falar de como se faz isso: "com instituição de taxa ou tarifa para a coleta. O cidadão precisa ter clareza de que tem um custo".

Essa é uma das razões pelas quais pelo menos dois dos famosos 3 Rs - reutilizar e reciclar - são menos eficazes quando falamos de brinquedo. Mas ainda há o terceiro: reduzir. Embora muitas empresas criem bem-vindas alternativas de material, essa abordagem isolada não resolve o problema. Além de ser muito difícil encontrar um brinquedo que seja de material único, essa é uma medida simplista que torna o plástico vilão, mas não muda a dinâmica que o faz ser um problema. Adaptar os produtos a um mesmo mercado só cria uma nova categoria de brinquedos "verdes" e mais caros. E os mais pobres que se virem com materiais tóxicos, pirataria sem fiscalização, impacto da publicidade infantil e suas consequências.

Não é essa a ideia. Todo mundo tem que ter seu direito a um brincar saudável em todos os aspectos. Inclusive, eventualmente, com uma querida boneca de plástico. Mais difícil que isso aconteça com dezenas de bonecas - ou com frustração de não ter tantas. "É preciso questionar o modelo de sociedade de consumo baseado no desejo do ter", afirma a pesquisa. Sem quebrar o mecanismo que faz girar essa roda do desejo infinito, o processo continua igual.

Poder público, empresas, sociedade civil e Academia têm cada qual um papel para endereçar soluções para essa agenda e garantir às crianças brasileiras um brincar saudável e um futuro sustentável

Estudo "Infância plastificada - O impacto da publicidade infantil de brinquedos plásticos na saúde de crianças e no ambiente" (2020)

+ Crise Climática

Cesar Manso/AFP

Carlos Nobre

"Futuro será confinado e noturno se não aprendermos com 2020"

Ler mais
Flavio Moraes/UOL

Sustentabilidade

Por que ideia de que há limites para recursos naturais é central

Ler mais
Flavio Moraes/UOL

Ninguém pra trás

Floresta em pé reduz impacto de crise climática e rombo econômico

Ler mais
Topo