Referência em estudos sobre mudanças climáticas, Carlos Nobre fez parte da equipe internacional de cientistas que recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 2007. Naquele ano, junto com o ex-vice-presidente americano Al Gore, os pesquisadores do IPCC (painel da ONU sobre mudanças climáticas) foram premiados pelo papel de alertar sobre os riscos do aquecimento global e lutar pela preservação ambiental.
Aos 70 anos, o climatologista agora está engajado numa nova empreitada: desenvolver um novo modelo econômico para manter a floresta amazônica em pé, aliando o uso de tecnologias de última geração com o conhecimento tradicional dos povos da região. Ele e o irmão, o biólogo Ismael Nobre, lideram o projeto Amazônia 4.0, que cria laboratórios portáteis para capacitar comunidades locais a desenvolverem produtos de maior valor agregado a partir de insumos como o cacau e o cupuaçu.
De São José dos Campos (SP), onde mora, o pesquisador colaborador do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo explicou a Ecoa como funcionam as biofábricas e falou sobre caminhos para negócios sustentáveis que fazem frente à explosão do desmatamento da Amazônia. "Um hectare de sistema agroflorestal rende, em média, mil dólares por ano. Isso é cinco vezes mais o rendimento da soja e dez vezes mais o do gado", explica.