Uma das ações que mais orgulha o casal é a força-tarefa que organizaram em Corupá (SC), em 2001, para salvar sapos que vinham sendo mortos por uma infestação de carrapatos. Os ambientalistas tomaram conhecimento do problema ao realizar uma de suas palestras em uma escola do município.
Ao ouvirem o relato de uma professora sobre os sapos encontrados mortos nos quintais e jardins, cheios de carrapatos, eles coletaram e enviaram uma amostra à Fundação Oswaldo Cruz no Rio de Janeiro.
Germano e Elza descobriram que a espécie que estava atacando os sapos de Corupá era a Amblyomma rotundatum, parasita de animais de sangue frio, como os anfíbios, mas que não tinha ocorrência natural registrada na região sul do país, e sim no norte e centro-oeste. Provavelmente, os parasitas haviam sido introduzidos pelo tráfico de animais.
Com isso, o casal se uniu à secretaria de educação do município e à Fundação Grupo Boticário para criar uma força-tarefa com os alunos da rede pública: cerca de 400 crianças passaram a observar e examinar os sapos encontrados em suas residências. "Eles envolveram a família, a cidade inteira foi mobilizada para fazer esse trabalho", conta Germano.
Quando se deparavam um sapo atacado por carrapatos, ele era medido, tinha o sexo verificado e os parasitas contados e removidos, conforme orientações dadas pelos criadores do Instituto Rã-bugio.
Essas informações eram anotadas em uma ficha - mais de mil sapos foram amostrados pelos alunos, gerando dados sobre a infestação e contribuindo para a proteção da espécie Bufo ictericus, sapo da Mata Atlântica que vinha sendo atacado pelo carrapato invasor.
A iniciativa também cumpriu um dos objetivos maiores dos ambientalistas: o contato das crianças com os sapos fez muitas delas perderem o medo e o nojo que tinham dos anfíbios, passando a protegê-los e a entender sua importância para o ecossistema.