É do tamanho do sol a vontade de Carlla Vicna, 21 anos, fazer brilhar em cada estudante do ensino público de Manaus (AM) o gosto pela ciência. A jovem, que se mudou para a capital manauara aos cinco anos e passou por diversas escolas públicas da cidade, deparou-se com todo tipo de dificuldade: de biblioteca fechada a falta de professores.
As ausências, no entanto, motivaram a menina nascida em Belém (PA) a criar o próprio modelo de educação por meio de um projeto que atua para despertar potências que ali existem, mas que costumam estar adormecidas.
Nada de metodologias chatas, que dão sono no aluno só de imaginar. Com uma linguagem jovem, aulas práticas e um universo lúdico, ela e outros quatro jovens colocaram em prática, em 2015, o Projeto Cosmos, que aproxima a astronomia do currículo escolar.
O resultado, em quatro anos, foi maior que o esperado por Carlla: cerca de 2 mil estudantes impactados, 11 alunos de escolas públicas medalhistas na OBA (Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica) e um salto no número de voluntários, que passou de cinco para 38. Juntos, eles replicam o modelo em parceria com instituições de ensino de Manaus.
Estudante de engenharia da computação da UFAM (Universidade Federal do Amazonas), Carlla foi uma dos nove jovens escolhidos entre 60 candidatos do Brasil para participar do Programa Jovens Transformadores da Ashoka, uma das cinco ONGs internacionais de maior impacto social. A organização promove a conexão entre agentes de transformação dos 92 países onde atua e realiza atividades para incrementar o trabalho deles.