O rapper Dexter tem um incômodo. "Para muita gente, quem ouve rap é bandido. Uma vez um cara me falou, em tom de elogio: 'Porra, negão, fui preso e, quando os homens me 'pegaram', eu estava ouvindo 'Oitavo Anjo'.' Respondi: 'Que pena, cara. Você não entendeu nada. A música fala para você não cair nessa. O rap é para salvar vidas'", contou à reportagem de Ecoa.
O músico fala com a propriedade de quem já esteve dos dois lados: dentro e fora do crime. Em 1998, ele foi preso depois de cometer sete assaltos. Cumpriu 13 anos de reclusão, parte deles na Casa de Detenção de São Paulo, o Carandiru. Foi lá que formou com o também rapper Afro-X a dupla 509-E - o nome faz referência ao número da cela em que os dois ficavam. Com a turnê "Vivos", eles voltaram recentemente aos palcos. O primeiro show reuniu 3 mil pessoas em São Paulo.
Além da carreira artística, Dexter se dedica a trabalhos sociais que vem realizando há quase uma década com presos, egressos e, mais recentemente, com jovens em situação de vulnerabilidade.