"Eu fui criada pela minha avó e ela passava muito tempo transformando a escassez em abundância. Sem brinquedos, sem roupa para poder estudar, enfim, numa realidade como a nossa, a gente precisa se reinventar o tempo inteiro. Aprendi muito com ela.
Fui criada e formada para pensar estratégias de mudança na vida das pessoas e sobretudo na minha. E é muito importante pensar nessas transformações a partir das comunidades e a partir das pessoas que estão envolvidas dentro delas. E é aí que entra o esporte.
Eu sempre gostei de futebol e sempre encontrei uma dificuldade para entender o esporte só por ele mesmo. Ao longo dos anos, comecei a integrar esporte e cidadania, esporte e educação, esporte e direitos humanos. São onze pessoas jogando em cada time e quinhentas mil pessoas assistindo. Aí você vê o poder mobilizador que o esporte tem.
E, indo um pouco mais para trás, antes de a gente aprender a jogar, a gente aprende a brincar, e brincar traz princípios básicos que vão nortear a vida para sempre, como solidariedade, coletividade e respeito. O esporte é uma ferramenta de transformação. Foi toda essa base que me permitiu fazer tudo o que fiz até hoje dentro do Instituto Formação"