"Há uns 10, 15 anos, a gente tinha moda plus size com o intuito de esconder, disfarçar o corpo gordo. A minha ideia era valorizar o corpo da mulher, identificar as mulheres gordas fashionistas que estavam começando na internet naquele período de surgimento dos blogs de moda plus size.
Eu sabia que tinha uma coisa ali que poderia virar algo maior, embora na época não tivesse a consciência política que tenho hoje, muito menos a empreendedora. Mas eu tinha um feeling ali do que poderia virar.
O 'start' foi vender biquínis. Sou do litoral e sempre gostei de usar biquíni de todos os tipos. Juntei uma meia dúzia de marcas plus size praticamente informais para ver no que ia dar... Eu revendi os meus biquínis, chamei uma amiga pra fazer legging estampada, outra que fazia camiseta geek, outra que tinha brechó.
Utilizamos o espaço cultural de um amigo para fazer um bazar, no Bixiga. Começou bem assim, despretensiosamente. Mas a carência [de oferta] é tão grande que desde o primeiro evento já foi um super retorno. Só fui pensar no evento de moda plus size como uma carreira depois de uns dois ou três anos. Foi aí que eu vi que estava fazendo diferença na vida de muitas mulheres".