"O ritmo de mudança está mais acelerado e a nossa capacidade de dar uma resposta quando há um retrocesso ou quando o mundo precisa de uma transformação fundamental não só aumentou como se democratizou.
Essa capacidade de engajar as pessoas rapidamente num movimento coletivo era impensável. Estamos vivendo esse momento intensivo, uma concentração de tempo e de espaço e uma densidade muito grande de vontade de transformação. Nosso desafio é conseguir orientar essa intensividade, essa democratização da capacidade de transformar, essa aceleração do ritmo de mudança e canalizar para o bem comum.
A gente está tendo uma oportunidade de virada histórica, em que uma sociedade que sempre foi definida pela repetição agora está cada vez mais sendo definida pela mudança. Por isso a Ashoka aposta em criar condições para que todos sejam transformadores, para não perdermos essa oportunidade enorme.
Se a gente não aproveitar essa virada histórica, há duas possibilidades: a primeira é essa capacidade de transformação voltar para as elites, para quem tem poder econômico e político, e aí vai continuar sendo um mundo cada vez mais desigual. A segunda é a gente se preparar pra esse mundo que está chegando, aproveitar essa virada, e, aí, o fato de ser ou não ser um transformador não será mais um fator de desigualdade entre as pessoas.
Para isso acontecer, precisamos trabalhar com o sistema inteiro. A gente precisa falar com todo mundo, precisa estar nos meios de comunicação, precisa mostrar pras pessoas que essa virada está acontecendo. Precisamos apoiar aqueles pais que querem colocar os filhos em uma escola mais transformadora a serem corajosos para fazer essa mudança.
A gente precisa aproveitar esse momento de virada e olhar justamente para a capacidade que as pessoas têm de criar um novo mundo a partir da sua própria capacidade de transformação. É um momento único, essas viradas não acontecem com frequência no mundo. Acho que essa urgência histórica não está tão clara para as pessoas".