Nascida no interior do Rio Grande do Sul, Marlova Jovchelovitch Noleto, de 58 anos, é a primeira mulher a ser diretora da Unesco no Brasil. Desde 2018, ela ocupa o alto cargo na agência da ONU (Organização das Nações Unidas) voltada a contribuir para a paz e segurança no mundo mediante a educação, a ciência e a cultura. Além de dirigir o escritório em Brasília, Marlova foi nomeada Representante da Unesco no Brasil em um momento em que a organização também é dirigida por uma mulher, Audrey Azoulay.
É com brilho nos olhos que a gaúcha de 1,70 m de altura, olhos azuis e sotaque típico do RS fala do trabalho que desenvolve. "O posto de representante tem o status de chefe de missão. É um cargo que executo com muita responsabilidade e amor."
Já são 20 anos de atuação na organização, porém o envolvimento de Marlova com o bem-estar social é muito mais antigo. Graduada em 1984 em Serviço Social e mestre na mesma área, trabalhou na antiga Febem, foi presidente do Conselho Nacional de Assistência Social e atuou fortemente para a aprovação da Lei Orgânica da Assistência Social, que permitiu que a assistência social passasse a ser considerada um direito do cidadão e um dever do Estado, e não mais uma caridade ou um favor.
Fala cinco línguas, tem vários passaportes carimbados e, apesar de conhecer e conviver com autoridades mundiais, mantém a essência da simplicidade: "Gosto de conversar com todo mundo. Tenho papo tanto com quem encontro no dia a dia quanto com um Sheiki de Dubai". E realmente tem! Mesmo com o tempo curto, Marlova recebeu a reportagem de Ecoa no escritório da organização em Brasília, dias antes de viajar para a Conferência Geral da Unesco, que acontece neste momento em Paris.