"Há 10 anos, meu filho, Theo, teve uma doença grave chamada encefalite herpética - uma infecção no cérebro causada pelo vírus herpes simples. Ele tinha um ano e oito meses de idade e começou a perder o controle motor. Foi submetido a um tratamento no cérebro para controle da infecção, perdeu 86% do lobo temporal direito, sofreu sequelas e teve que reaprender a falar e a andar. Ficou sete meses internado em hospitais. Nesse período, conheci o Esper Kallás, médico infectologista que cuidou do Theo. Ficamos muito amigos, tanto que, quando meu filho teve alta, Esper devolveu todos os cheques de pagamento num envelope. Nunca os depositou porque viu as dificuldades que eu enfrentei para bancar o tratamento caríssimo.
No início de março do ano passado, quando os casos de covid-19 começaram a se espalhar pelo Brasil, Esper me ligou. Ele, que é um dos principais responsáveis pelo enfrentamento da doença no Hospital das Clínicas, me perguntou: 'Pablo, você tem como pedir doações para o HC? Somos a base da saúde pública do país e, sem ajuda, vamos colapsar'. Eu respondi: 'Cara, vamos criar uma plataforma de doação direta para o hospital'.
Foi quando surgiu a campanha #HCCOMVIDA, que, por meio da plataforma ViralCure, arrecadou mais de R$ 31 milhões para abertura de novos leitos, contratação de profissionais de saúde, compra de respiradores, ambulâncias e equipamentos de proteção individual, além de financiar pesquisas na luta contra a covid-19."