A vigilância das águas costuma ser precária no planeta. Durante as expedições, a ONG encontra violações de direitos humanos, como trabalho escravizado, caça de espécies ameaçadas, como baleias, golfinhos, lulas e que, consequentemente, agridem o fitoplâncton — algas que são alimento marinho e responsáveis, estima-se, por ao menos 70% do oxigênio terrestre. "O oceano é como um faroeste. Existem regras, mas não existem regras", diz Paul.
Em alguns casos, a instituição também deflagra intervenções mais diretas: lança arpões, jatos d'água ou provoca colisões para danificar ou afundar embarcações. As cenas fazem sucesso na televisão norte-americana, cinema, YouTube, palestras e livros. Em uma delas, no México, dezenas de pedras e coquetéis molotov eram lançados de barcos e rebatidos contra jatos d'água da Sea Shepherd.
A controvérsia virou sensação. Dezenas de artigos e discursos o tacham como terrorista dos mares, especialmente em países onde a pesca é um dos pilares econômicos e tradicionais, como Noruega, Dinamarca, Japão e Canadá. Evidentemente, a alcunha malfadada atraiu admiradores e recrutas. Entre os famosos estão Anthony Kiedis e Flea, do Red Hot Chilli Peppers, os atores Christian Bale e Orlando Bloom, Steven Tyler e Joe Perry, da banda Aerosmith, a modelo Pamela Anderson e o rolling stone Mick Jagger. Uma das primeiras apoiadoras é a atriz Brigitte Bardot. Em 2009, Paul foi retratado em "South Park".