"A história do IPÊ - Instituto de Pesquisas Ecológicas começou quando eu e meu marido fomos morar no Pontal do Paranapanema, no interior de São Paulo, no final dos anos 80. Claudio é biólogo e foi chamado para participar de um projeto para salvar o mico-leão-preto da extinção. Na época, o mico estava na lista das 10 espécies mais ameaçadas do mundo. Até então eu era designer e levava uma vida 'quadradinha' no Rio de Janeiro.
No Pontal, comecei a trabalhar para sensibilizar a população local para a importância da Mata Atlântica e para tornar o mico uma espécie símbolo de conservação. Percebi a importância de envolver as pessoas locais na conservação das riquezas naturais e me apaixonei por essa área.
Conservação é um tema complexo. É preciso ter uma visão sistêmica para proteger uma espécie ou um recurso natural. É fundamental envolver a comunidade no trabalho de conservação ambiental. Também é preciso dar alternativas de renda para que as pessoas vivam dignamente.
O que era um trabalho inicialmente voltado para a conservação de uma espécie foi se expandindo para outras áreas: educação ambiental, geração de renda, desenvolvimento sustentável, reflorestamento, planejamento da paisagem e influência em políticas públicas. Trinta anos depois, são cerca de 100 profissionais atuando em 30 projetos espalhados por quatro biomas: Mata Atlântica, Amazônia, Pantanal e Cerrado."