Espremidos entre os mais de 300 mil mortos pela covid-19 e um desemprego esperado de 14,6%, as brasileiras e brasileiros tiveram que se acostumar, também, a ter seus pequenos prazeres suspendidos pelo coronavírus. Estamos falando, entre eles, da suspensão das gravações das novelas, gênero televisivo favorito do país segundo pesquisas do Kantar IBOPE Media.
Houve algum alívio com a volta dos capítulos inéditos de "Amor de Mãe", no último dia 15. A novela de Manuela Dias, estrelada por Regina Casé, estreou em 25 de novembro de 2019 na rede Globo, mas foi interrompida por causa da pandemia em 2020.
Seus novos episódios refletem a crise atual e mostram as personagens Lurdes, Thelma e Vitória adaptadas às medidas de proteção contra a covid-19. Algumas cenas iniciais gravadas durante a pandemia chegaram a trazer informações desatualizadas sobre o vírus e ganharam uma advertência ao fim dos capítulos para reforçar cuidados da população.
A adoção do mais básico protocolo de segurança para evitar a disseminação da doença - o uso de máscaras - nas cenas do folhetim ilustra um dos necessários serviços prestado pelas novelas à sociedade: elas são poderosas ferramentas de educação e de comunicação sobre temas sensíveis, como a violência contra a mulher, a dependência química e as múltiplas orientações sexuais e identidades de gênero.