Quantos fins de mundo são necessários para acabar com a fome e com a insegurança alimentar? Hoje, segundo a ONU, 820 milhões de seres humanos passam fome. É mais do que toda população da Europa e da Oceania juntas.
Ativistas e pensadores, como Ailton Krenak, Lisiane Lemos e Sidarta Ribeiro têm imaginado novos futuros possíveis para a vida pós-pandemia, mas, infelizmente, os dados mostram que o futuro seguirá desigual. Como resultado da crise gerada pela pandemia da covid-19, a população em condições de extrema pobreza na América Latina e Caribe pode chegar a 83,4 milhões de pessoas em 2020, 15,9 milhões a mais do que hoje. E, com mais pobreza, vem mais fome.
Segundo pesquisa, realizada pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) e Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), o aumento do desemprego e a queda na renda geram uma mudança na dieta das famílias.
Muitas pessoas passam a optar por alimentos mais baratos e de menor qualidade nutricional, com mais gorduras saturadas, açúcar, sódio e calorias.