Em Timburi, cidade do interior de São Paulo, a cerca de 360 quilômetros da capital, Valter Ziantoni e Paula Costa aram o solo com cuidado em uma plantação de abóboras. Entre os ramos verdes e frutos alaranjados, uma terra nova se sobressai. É sinal do renascimento de uma floresta que tenta se recuperar após anos de devastação.
Há 10 anos, quando se mudaram para o local, o casal de engenheiros florestais já via indícios do que hoje é uma realidade: a densa e verde floresta que cerca a região sofre cada vez mais com o desmatamento, causado pelo avanço da monocultura, que, gradualmente, também faz secar as nascentes que abastecem as propriedades rurais. Só nos primeiros 10 meses de 2022, a Mata Atlântica perdeu mais de 48 mil hectares.
Preocupados, assistindo a esse avanço sobre a mata, Valter e Paula decidiram agir. Fundadores da Pretaterra, empresa que oferece práticas de agrofloresta e consultorias ambientais, eles se uniram à comunidade local para salvar a floresta.
Durante cinco anos, o casal buscou financiadores para o projeto e em 2021 encontraram um fundo de um banco suíço, o UBS Optimus Foundation, que investe em estratégias para reduzir o aquecimento global, e da multinacional Cargill. Os valores somados chegam a R$ 7 milhões.
Com o investimento milionário no projeto "Agrofloresta na Mata Atlântica", é assim que eles estão "ressuscitando" a mata: