Conhecer a mata junto a Christine Hueck é um exercício de contemplação. Em poucos passos, admiramos a copa de folhas largas de um cauassu, descobrimos um broto de araucária que aparece tímido entre outras espécies, notamos a recorrência de pequenas árvores de palmito-juçara que estão surgindo e encontramos a toca de um animal que não fomos capazes de identificar.
O santuário de Chris, ou Tine, como também é chamada, ocupa uma reserva de 120 mil metros quadrados de mata atlântica por onde circulam espécies da fauna brasileira que não são vistas com facilidade em outros lugares.
Na tela do celular, ela mostra bichos que são flagrados pelas câmeras com sensor de movimento que espalhou pela área. Em tom de brincadeira, mas nem tanto, a ambientalista diz guardar segredo sobre a fauna que vive na região, com receio de que pessoas mal-intencionadas perturbem a paz animal que reina ali.
Desde janeiro, Chris, de 58 anos, tem dividido sua energia entre os cuidados com a vegetação nativa e as demandas de seu projeto mais recente, o Ânimas, um crematório para pets de pequeno e médio porte que tem como princípios a preservação do meio ambiente e o acolhimento para o animal e para a família enlutada.