A atriz Dira Paes, 52, começou a se interessar por causas sociais desde cedo. Nascida em Abaetetuba, no interior do Pará, ela acompanhou o crescimento exponencial de crimes ligados à exploração indevida de recursos naturais no estado - que abriga parte da Floresta Amazônica - e começou a entender que, ali, havia uma lacuna de atuação e atenção.
"Antes, quando a gente tocava no assunto de meio ambiente, nós éramos considerados ecochatos. E isso mudou. As pessoas perceberam que era uma coisa visionária. Hoje, sinto que há mais receptividade à causa", afirma a atriz.
Com 32 anos de carreira, Dira é uma das atrizes mais premiadas e respeitadas de sua geração. Entre as honrarias estão dois Prêmios APCA, três Kikitos, do Festival de Gramado, e cinco Candangos, do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro.
Em paralelo à atuação no palco e nas telas, ela empresta sua voz para benefício de causas ligadas aos direitos humanos em prol de uma sociedade mais justa. Para ela, os últimos anos foram difíceis e exigiram dose extra de resiliência.
Mas Dira não se intimida com o clima político polarizado nem com ataques em redes sociais por sua militância em favor dos direitos humanos. Como solução, defende a retomada do diálogo. "O Brasil está precisando conversar sobre quem somos e o que queremos. E esse diálogo tem que voltar a existir entre as partes."
A atriz está envolvida nas gravações do remake da novela Pantanal, no papel de Filó, braço direito e empregada da fazenda de José Leôncio (Renato Góes/Marcos Palmeira). Dira conta estar feliz em poder levar mais reflexão para a sociedade brasileira por meio de sua atuação na trama que abordará questões ambientais. "É um privilégio poder estar em uma obra que vai provocar esse olhar pro Brasil."