De 1944 a 1945, o funcionário público João de Lavôr Reis e Silva (1918-2000) assumiu outra identidade. Tornou-se o Soldado Silva e carregava uma plaquetinha com seu número de inscrição: 1929. Assim como outros 25 mil brasileiros, ele foi convocado para uma missão: lutar na Segunda Guerra Mundial, em campos de batalha na Itália.
A história desse pracinha da Força Expedicionária Brasileira (FEB) é revisitada no livro 'Soldado Silva', que João Barone, baterista dos Paralamas do Sucesso, lança no início de fevereiro, pela editora Panda Books. João Alberto Barone Reis e Silva, é preciso ressaltar, conhece muito bem essas histórias. Ele é o filho caçula do ex-combatente.
E isso, de certa forma, fez com que ele sempre pesquisasse sobre a Segunda Guerra. Não com o ardor militarista de muitos que veem glamour nessas atrocidades bélicas. Mas com um viés pacifista que, a julgar pelas memórias de seu pai, parece ter sido herdado.
"Às vezes a gente aceita um pouco esse conceito, com o perigo dos reducionismos, de que a Segunda Guerra foi uma contenda entre o bem e o mal, um esforço muito grande para debelar uma coisa horrível que foi o nazismo, o fascismo e o imperialismo nipônico", conta Barone em entrevista a Ecoa. Leia a seguir os principais trechos.