Filho de uma empregada doméstica e de um eletricista, Pablo Damasceno começou os estudos numa escola pública, na periferia da zona sul de São Paulo (SP). Hoje, aos 48 anos, ele é diretor da Escola da Vila, organização que aposta num projeto pedagógico ousado: combater o racismo desde a infância, por meio de ações na rotina escolar dos alunos.
Incentivado pelo pai a seguir com os estudos, Pablo foi o primeiro da família a fazer faculdade. Introduzido às questões raciais pelo hip hop, ele lembra que, em sua infância, raça não era um assunto da conversa em família, e tampouco na escola.
À frente de uma escola particular, juntamente com colegas na instituição, ele quer proporcionar aos estudantes um contato do qual ele mesmo foi privado em sua infância e adolescência.
Hoje (28), no Dia da Educação e no ano em que a Lei 10.639, que introduziu o estudo de "História e Cultura Afro-Brasileira" no currículo das escolas, completa 20 anos, Ecoa conversou com gestores de escolas privadas, professores e educadores, além de funcionários, alunos e responsáveis, para conhecer como o antirracismo tem sido abordado em sala de aula.