A cidade de Glasgow, no Reino Unido, viu duas semanas intensas de negociações, debates e manifestações. A 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26), que terminou no fim de semana, fez o mundo voltar sua atenção para o meio ambiente e ecoou vozes de grupos minoritários para um público global.
O objetivo era chegar a um acordo entre mais de 190 países sobre as ações a serem adotadas para enfrentar a crise climática. O documento final causou desapontamento, e o próprio Alok Sharma, presidente da conferência, disse que ele é "imperfeito".
Mas houve avanços, como a definição de como vai funcionar o mercado de carbono previsto no Acordo de Paris de 2015. Já a promessa inicial de "eliminação gradual" dos combustíveis fósseis acabou enfraquecida e se tornou uma proposta de "redução gradual". Também não houve consenso quanto ao financiamento aos países mais afetados pela crise climática, ponto considerado crucial por muitos.
No entanto, pactos extras foram firmados. Um deles foi o Acordo de Florestas, em que mais de 100 líderes prometeram esforços para parar e reverter o desmatamento até 2030. Além disso, 80 países se comprometeram a cortar, até 2030, 30% das emissões de metano. No Acordo de Carvão, mais de 40 nações concordaram em abandonar essa forma de geração de energia nos próximos 20 anos.
Embora o acordo final não tenha atendido às expectativas gerais, não faltaram boas ideias na COP — a grande maioria vinda não de governos, mas da sociedade civil.