Não precisa ir longe para tropeçar em algum entulho jogado nas praias. É assim no Brasil e por todo o planeta. São latinhas, garrafas pet, canudos e, atualmente, com a pandemia da covid-19, milhões de máscaras descartáveis que se amontoam em toneladas de resíduos jogados fora de forma incorreta.
A primeira família brasileira a navegar num veleiro ao redor do mundo sabe bem o tamanho do problema e está de volta aos mares para sua quarta expedição global. Desta vez, com uma missão especial: liderar um movimento mundial de combate à poluição plástica nos oceanos.
Estima-se que 11 milhões de toneladas de plástico cheguem aos oceanos todo ano - número que deve saltar para 29 milhões de toneladas até 2040, segundo estudo feito pela Fundação Ellen MacArthur, Universidade de Oxford, Universidade de Leeds e Common Seas.
Testemunha ocular desse crescente imbróglio, a família Schurmann tomou um susto já em 1998 ao chegar na desabitada ilha Henderson, no Pacífico Sul. Estavam em sua segunda volta ao mundo a bordo de um veleiro e, ali, esperavam não encontrar nada, nem ninguém. Mas a realidade era outra.
"A ilha estava coberta de lixo plástico, principalmente por insumos de pesca, como bolas, anzóis", conta Heloisa Schurmann, 75, matriarca da família, em entrevista a Ecoa, realizada a bordo do veleiro Kat.