Uma das "crias" do Movimentarte é o bailarino Ian Retz, que já se apresentou em várias partes do Brasil e fora do país, em eventos como o Festival Internacional de Dança de Viena.
Através do Movimentarte, Ian encontrou na dança sua grande paixão e também um caminho profissional que lhe trouxe autonomia. "A sensibilidade e a dedicação da Flora foram fundamentais, especialmente esse foco voltado à profissionalização", diz a Ecoa Oswaldo Retz, pai de Ian.
A partir do projeto e do impacto positivo que estava criando, Flora soube que o que fazia era empreendedorismo social e foi convidada a participar de uma aceleração do programa global Red Bull Amaphiko. "No processo de entender o que era o meu propósito, eu via o quanto a dança tinha me ajudado", conta.
Com essa percepção, ela começou a associar esses aprendizados ao empreendedorismo social e criou uma metodologia chamada "body journey" (jornada do corpo, em português), que proporciona aos empreendedores experiências que os conectam consigo mesmos e com aquilo que os move.
A criação de Flora foi aplicada em cinco países — África do Sul, Áustria, Brasil, Estados Unidos e Inglaterra —, em imersões que ajudaram os participantes a trabalhar habilidades necessárias a empreendedores sociais e a estruturar seus negócios.
"Com isso, acabei me aprofundando muito no que é o empreendedorismo social. A maioria dos empreendedores passa por uma ou duas acelerações na vida, eu passei por cinco, com gente do mundo inteiro", diz.
Ao fim do programa, em 2019, ela criou a Impact Beyond, uma consultoria de impacto para fazer uma ponte entre o empreendedorismo social e o mundo corporativo.
A partir da experiência com os empreendedores e de um bom diálogo com as empresas, Flora consegue transmitir aos primeiros como construir o negócio para atrair investimentos e às segundas por que devem investir em projetos de impacto positivo. Recentemente, ela trabalhou com clientes como Ambev e Instituto Votorantim.
"A Flora atua em muitas frentes. Ela capta recursos, escreve o projeto, desenvolve, lida com a equipe. Ter esse olhar sistêmico é um grande desafio", diz a Ecoa Silvia Luz, diretora da organização Social Good Brasil que já trabalhou com Flora em vários projetos.