"Fui criada no bairro da Cabanagem, que é o nome de uma grande revolução nortista, em uma família de professores.
Além de ensinarem, eles também são fazedores de cultura — gente envolvida com dança e teatro. A cultura é uma parte importante da minha trajetória e a Beatriz de hoje não existiria sem isso.
Sempre estudei em escola particular por ter bolsa completa por causa dos meus parentes que trabalhavam nas instituições de ensino. Educação era prioridade em casa e eles faziam de tudo para que a gente tivesse uma base fortalecida.
Quando entrei no ensino médio, precisei mudar para uma escola estadual e senti medo, porque o ensino público é muito precarizado, principalmente aqui no Norte. A gente mal tinha aula, e isso estava claramente atrapalhando a vivência dos alunos. Então decidi me juntar com uma amiga para conversar sobre as experiências dos estudantes nos territórios deles.
Hoje sou Jovem Transformadora Ashoka, a única em Belém (PA), estudante de ciências sociais na Universidade Federal do Pará, e minha meta como artivista é mostrar as diferentes amazônias para quem não é daqui."