A história da Ju

'Não seria justo ter o alcance que tenho se não desse visibilidade para causas sociais', diz Juliette

Paula Rodrigues de Ecoa, em São Paulo (SP) Igor Melo/Divulgação

Mulher, nordestina, criada em comunidade e aluna de escola pública e universidade federal. Assim Juliette se descreve e se justifica: é justamente por ser assim que, desde muito nova, passou a se interessar por questões sociais.

Antes mesmo de entrar no BBB, ela costumava participar de projetos sociais ligados ao cuidado e atendimento de pessoas com câncer de mama no Hospital Laureano, em João Pessoa.

Já dentro da casa, ela não sabia, mas, enquanto se tornava o fenômeno que todos conhecemos, sua equipe usava toda visibilidade que a paraibana conquistou para divulgar iniciativas e organizações sem fins lucrativos de diferentes áreas, que realizam trabalhos para ajudar pessoas e animais.

Para comemorar os 20 milhões de seguidores no Instagram, fez uma postagem trazia 20 projetos sociais que estavam precisando de doações. E não deu outra: depois da postagem de Juliette, as doações aumentaram, como afirmaram as organizações em reportagem de Ecoa à época.

"Não esperava que a minha voz fosse chegar a tanta gente, mas, independentemente de quantas pessoas eu atingisse, nunca tive dúvidas de que queria usá-la para o bem", diz Juliette nesta entrevista exclusiva a Ecoa.

Igor Melo/Divulgação
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Ecoa: Como surgiu a ideia de começar a divulgar movimentos e projetos sociais? Já era algo que você tinha vontade de fazer?

Juliette: Quando eu entrei no BBB não esperava que a minha voz fosse chegar a tanta gente, mas, independentemente de quantas pessoas eu atingisse, nunca tive dúvidas de que queria usá-la para o bem.

A ideia de divulgar as 20 organizações sociais veio de um interesse antigo em acompanhar projetos e iniciativas que gostaria de ajudar.

A visibilidade do BBB permitiu que eu dividisse isso com o público que me acompanhava e que torcia por mim lá dentro.

Ecoa: Depois disso, mostramos em Ecoa que as doações para essas organizações aumentaram muito. Como você se sente sendo capaz de causar esse tipo de repercussão?

Juliette: É muito bom influenciar para o bem. Me deixa feliz, realizada e com a sensação de dever cumprido. Falar com tanta gente diariamente é uma responsabilidade enorme e saber que consigo passar mensagens que acredito, ajudar tantas pessoas e organizações, é muito gratificante.

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Ecoa: Para você, quais são os temas mais urgentes que você gostaria de se envolver mais e usar sua arte e influência?

Juliette: Existem muitos temas urgentes a serem discutidos no Brasil e o período de eleições me fez refletir ainda mais sobre questões que me atravessam.

Como mulher nordestina, que cresceu em comunidade, com estudo no ensino público e graduada em universidade federal, conheço de perto o impacto causado em nossas vidas por questões ligadas à saúde, educação e segurança pública.

Estas questões favorecem para que as pessoas tenham mais dignidade em suas vidas, sabe?! São demandas estruturais, que quando não atendem a todas as camadas sociais mais necessitadas têm consequências trágicas.

É por isso que acredito na importância da representatividade na política brasileira. Precisamos que mulheres nordestinas, pessoas pretas, pessoas da comunidade LGBTQIAP+ estejam à frente desses movimentos, são eles que conhecem as dores dos seus e podem trilhar caminhos construtivos e mais dignos para as próximas gerações.

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Ecoa: Toda sexta divulga algum projeto social nas suas redes. Por que usar a visibilidade que você conquistou ajudando essas causas?

Juliette: O #Sextoudobem veio como uma forma objetiva de divulgar projetos que apoio. Não seria justo ter o engajamento e alcance que eu tenho se não desse visibilidade para essas iniciativas. É um compromisso que tenho comigo, com a minha história e com quem me acompanha.

Ecoa: Qual importância você vê no engajamento de artistas e influenciadores para ajudar a transformar a realidade do nosso país?

Juliette: Nós, artistas e influenciadores, temos um alcance gigantesco que foi potencializado com as redes sociais. Temos um poder enorme em nossas mãos. Acredito que quem nos acompanha seja, de fato, influenciado pelo que dizemos. Acho que existe sim um grande potencial transformador em nós, basta canalizar essa potência para o lugar que acreditamos ser o certo.

Ecoa: Mas mesmo antes da fama você já se preocupava com esses assuntos? Quando você começou a entender que precisava fazer algo para ajudar essas causas?

Juliette: Com certeza! Antes de me tornar uma pessoa pública eu já participava de projetos sociais contra o câncer de mama no Hospital Laureano, em João Pessoa. A diferença é que eu impactava menos pessoas, mas isso sempre existiu dentro de mim. Hoje eu tenho mais ferramentas e alcanço mais lugares.

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