A gente tem de ser o exemplo

KL Jay reflete sobre o momento atual e diz que a mudança real só acontece com novas atitudes

Paula Rodrigues De Ecoa, em São Paulo Rafael Roncato/UOL

Reza a lenda nas quebradas de São Paulo que, para uma pessoa ser respeitada, ela precisa antes de mais nada saber pelo menos um trecho de alguma música do Racionais Mc's. "Manda uma deles aí, então" é um desafio comum que se ouve na escola desde cedo. "Aqui estou mais um dia, sob o olhar da tia", costumavam cantar os colegas de ensino médio, mudando, claro, o começo da letra de "Diário de um Detento", faixa do histórico álbum "Sobrevivendo no Inferno", de 1997.

Especialmente para pretos e pretas de quebrada nos anos 1990, as músicas dos Racionais foram por muito tempo uma das poucas plataformas que possibilitavam imaginar como seria ter autoestima e dinheiro suficiente para tirar uma onda, andando por aí com o carro do ano, ou para denunciar o racismo, o genocídio da população negra e a falta de direito de quem vivia nas favelas. Ouvir um disco do Racionais era como a descrição na introdução da faixa "Fim de Semana No Parque": "Você está entrando no mundo da informação, autoconhecimento, denúncia e diversão. Esse é o Raio X do Brasil, seja bem-vindo."

"Agora mudou um pouco, né? Chega um momento que cada um tem que ser seu próprio líder. A gente não quer mais ser líder para todo mundo nos seguir. As pessoas agora têm que agir por si próprias. Acho que o Racionais já cumpriu essa missão de mostrar a importância disso", diz Kleber Simões. Mais conhecido como KL Jay, o DJ cria do Tucuruvi, na zona norte de São Paulo, há mais de 30 anos é o principal responsável pelas batidas inconfundíveis que servem de base para as letras de Mano Brown, Edi Rock e Ice Blue.

Foi em uma tarde de quarta-feira de quarentena que ele parou para conceder esta entrevista a Ecoa. O intuito era descobrir como estava um dos dos maiores DJs brasileiros em tempo de pandemia. Trocar uma ideia sobre a vida, sobre música, alimentação e como ele imagina possíveis novos mundos pós-Covid-19. Mas numa época em que se discute tanto como a humanidade pode aproveitar a situação atual para realizar mudanças necessárias, a realidade batia à porta. No dia anterior ao bate-papo, João Pedro, de 14 anos, tinha sido morto durante uma operação da Polícia Civil e da Polícia Federal no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo (RJ).

"Podemos começar?", pergunto ao telefone.

"Vamos lá, sem romantismo, sem chorar. Estamos em guerra", responde KL Jay do outro lado da linha.

Pretos, pandemia e futuro

Rafael Roncato/UOL

Como tem sido esses últimos meses por aí durante a quarentena? O que você tem feito?

Olha, vou te falar uma coisa que eu não estou fazendo: ouvindo música. Para mim, não combina com o estado atual das coisas. Eu me sensibilizo, entendeu? Não dá para fazer música, fazer performance com as pessoas morrendo. Não combina. Opinião minha, sem julgamentos. Então, como gosto de ficar muito na minha casa, ficar muito sozinho, está sendo tranquilo. Eu assisto filme, bebo meu vinho, assisto notícias, faço comida, vou dormir 6h da manhã, tomo um sol. Não estou criando nada. Só a mente que está funcionando. Não para, né?

Tem pensado no que vem depois disso tudo? Muitas pessoas têm falado sobre "voltar ao normal" ou até mesmo sobre o que seria um "novo normal". O que você acha disso?

Eu penso assim: o mundo vai mudar, o comportamento do mundo vai mudar um pouco. Uma parte. Porque não é todo mundo que vai mudar. O cuidado, o lance solidário, a empatia com outro... São poucas pessoas que vão aderir. A maioria vai voltar ao jeito que era, porque esse é o comportamento humano. Os humanos vêm com esse chip do rebanho. Já vem de fábrica. E para virar a chave é trabalhoso. Porque você fica meio isolado dos demais, e todo mundo quer ser aceito, todo mundo quer viver em comunidade, todo mundo quer fazer o que a maioria está fazendo. A minha visão é essa. Vai mudar o mundo, mas não vai mudar do jeito que as pessoas estão falando, não. A mudança real é gradativa. Vai ser só mais uma etapa dessa grande mudança.

Quem vai mudar são as pessoas despertas. E a gente muda na atitude, a gente tem que ser o exemplo para outras pessoas mudarem. Não adianta o discurso, especialmente o classista, não adianta. É a atitude que vai mudar. É a ação. As ideias são bem-vindas, mas o exemplo é foda. Agora, quem tem empatia, sensibilidade e preocupação com o planeta, com as pessoas, com o país, vai se revelar. E quem não tem também.

A gente pensa em um mundo mais harmônico, mais pacífico, mas se a gente não lutar por isso, nunca será assim. Se a gente não falar, não postar, não der nossa opinião de quem é totalmente contra e não concorda com o que está errado, nada disso vai mudar.

KL Jay

O mau trabalha 24h por dia. É por isso que o dito "bem" precisa estar atento. O mau fala alto, o mau te empurra, ele bate no peito. Já o bonzinho fala baixo, é humilde demais, dá a face para o outro bater de novo. Eu tenho que admitir, passa uma confiança quando o outro fala alto, manda o outro calar a boca. Quando o outro discute usa um tom mais bruto. É a energia que você coloca enquanto transmite a mensagem. Então, a força, o poder, o fogo, ele é uma energia que os dois lados podem usar. Porque não basta ser bom. Falo isso para os meus filhos: "só ser bom não basta". Tem que ter força, tem que ser inteligente, tem que ter poder para bater de frente com o mau.

A população negra no Brasil, apesar de ser a maioria populacional, ainda é a minoria em posições de poder. Como é que a gente pode conseguir esse poder?

O primeiro passo é: não dependendo do Estado. Isso tem que ser ensinado, isso tem que ser ensinado para qualquer preto no Brasil: seja pobre, rico, morador de favela... Especialmente os moradores de favela: não depender do Estado. Não esperar nada do Estado. O Estado é nosso inimigo.

Em 2017, em uma entrevista para o Alma Preta, você disse que todo preto no Brasil vive em território inimigo quando anda na rua. Ainda vê assim?

Nós estamos em território inimigo tem muito tempo. Desde que fomos trazidos à força da África, a gente vive em território inimigo. Aqui os caras não gostam de nós. A gente fica esperando ser aceito por quem não gosta da gente. A gente espera que gostem de nós, mas não gostam. É preciso saber que o racismo é forte e existe. Em uma sociedade capitalista e racista, os pretos precisam entender que é importante ser inteligente, estudar e ganhar dinheiro. Quem tem poder é quem tem dinheiro, baby.

O preto no Brasil não tem que ter culpa de ganhar dinheiro. Mas sempre ter em mente que só o dinheiro não basta. O carro chefe do poder dos pretos é a autoestima. Com a autoestima, com amor próprio, você vai falar: "foda-se quem não gosta de mim." E você vai pensar: "Eu preciso ler, preciso me informar, aprender outras línguas, preciso fazer exercícios, ganhar dinheiro, eu preciso me fortalecer e, especialmente, eu preciso fazer as coisas entre os meus". E não esperar nada do governo.

Rafael Roncato/UOL Rafael Roncato/UOL

Você falou em culpa por ganhar dinheiro, mas esse é um sentimento comum quando se é preto ou de favela, não é?

É essa culpa católica, né? Ué, você não cresceu ouvindo as pessoas falarem que rico não entra no céu? Que o dinheiro é sujo? Aí você cresce com isso, cresce achando que a pobreza é legal. Legal porra nenhuma. Não ter o que comer, não ter o que vestir, morar em um lugar onde o esgoto é a céu aberto, vendo rato e barata... Quem falou que isso é legal? Quem colocou essa culpa na gente? Isso é um plano, é um projeto para manter a gente assim, oprimido, sem força, tá ligado?

E para se livrar é difícil porque a gente ouve isso desde criança. E como muda isso? Como virar a chave e muda essa mentalidade? Tem que ler. Tem que ler o Malcom X, tem que ouvir rap, tem que ver filme para caralho. Tem que estudar para entender o mundo, porque o que esse sistema fala para gente é: "Fica aí na sua miséria e cala boca, preto."

Agora está rolando debate sobre este ser o momento ideal para grandes mudanças na sociedade. Você acredita que elas também podem chegar para os pretos e pretas?

Eu acho que não dá para pensar só em uma mudança geral do mundo. A gente tem que pensar primeiro na nossa mudança, na nossa gente que está espalhada no mundo e sofre perseguição igual. Porque nós não somos bem-vindos aqui. O Estado não gosta de nós. A polícia que matou o João Pedro, ela recebe ordens do governador. A polícia tem carta branca para entrar no morro e matar as pessoas porque o governador é o chefe. E o presidente é o chefe dos governadores. Existe uma permissão para matar, para invadir os pretos. Todo mundo fala da polícia, mas não é só a polícia. A polícia recebe ordens, tá certo? Eu demorei muito para entender isso.

Tenho cinco filhos igual a ele. Era um filho meu ali também, que morreu lá. Eu não posso chorar, não posso ser romântico agora. Tenho que mostrar para as pessoas, colocar isso na cabeça das pessoas para elas brigarem também. Não é um caso isolado. É que o caso do moleque veio à tona, mas isso acontece toda hora nos morros do Rio, nas favelas de São Paulo, nos guetos de Salvador... A polícia de Salvador é violenta demais, mano. Quem é o governador da Bahia? É um branco que manda os pretos irem lá matar outros pretos. Então, a morte do moleque, infelizmente, é mais uma estatística. E isso me dá mais força para brigar, para enfrentar, para falar "vocês estão errados para caralho". E mostrar para meus irmãos que eles não podem depender desses caras.

Não cansa ter que ser essa pessoa forte o tempo todo?

Cansa, mas vamos chorar no banheiro. Vamos chorar quando a gente estiver na cama. Aí a gente chora. Pede para os anjos-da-guarda, pede para Deus mudar isso. Mas quando a gente for dar entrevista, quando a gente for falar, a gente tem que ser forte. Porque eles querem nos exterminar. Só que a gente é forte para caralho, se não já tinham acabado os pretos nesse mundo. Os brancos não aguentariam um décimo do que a gente passa. E os pretos não sabem a força que eles têm, principalmente a força espiritual.

Música e os novos Racionais

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Se fosse para lançar um álbum hoje do Racionais, quais temas você acharia importantes serem discutidos?

Tem que falar disso tudo que falei aqui. Vai sair uma música que produzi com participação de três rappers: a Anarka, Jota Ghetto e o Amiri. E tem vários discursos de pessoas oprimidas. Chama "Território Inimigo". Vou soltar em breve. Eu não estou pensando em lançar álbum. Quero lançar músicas. E vamos de tudo isso que a gente está vendo aí com os pretos, com o João Pedro.

Em várias entrevistas você já falou que o Racionais já tinha cumprido "sua missão". Qual era essa missão? Por que você acha isso?

A missão do Racionais era ser a voz dos que nunca tiveram voz. O Racionais foi por muito tempo isso. E continua sendo, mas agora mudou um pouco, né? Chega um momento que cada um tem que ser seu próprio líder. A gente não quer mais ser líder para todo mundo nos seguir. As pessoas agora têm que agir por si próprias. Acho que o Racionais já cumpriu essa missão de mostrar a importância disso

O Racionais teria nascido em 2020 no contexto que a gente tem hoje? O grupo teria motivo para ser criado hoje?

Putz, ótima pergunta. Os motivos que nos levaram a criar o Racionais são os mesmos de hoje. Então, sim. Na verdade, nos últimos anos, têm surgido vários Racionais por aí. Porque ainda é necessário falar sobre as coisas que a gente falava. Olha as coisas que estão acontecendo! Embora o mundo tenha mudado, e a gente possa falar de vários outros assuntos, esse assunto da opressão que os pretos sofrem, infelizmente, sempre vai ser atual. É atemporal.

Nunca houve medo de não conseguir expressar isso tudo pela música? Existia algum medo dentro do Racionais?

Existem e existiram medos, sim. Medo de tomar um tiro, medo de perder o irmão, o amigo, mas o medo de mandar a mensagem nunca. Medo de falar e agir nunca. Medo de falar o que tem que ser falado nós nunca tivemos.

Você disse que tem vários novos Racionais surgindo hoje. Quem você tem visto fazer a diferença na música no Brasil? Quem da cena hoje tem conseguido traduzir em música a realidade que a gente vive hoje no país?

Cara, o Djonga é um dos Racionais. O Emicida é um dos Racionais. O BK é um dos Racionais. Só que eles surgiram agora, né? Em época diferente.

Rafael Roncato/UOL Rafael Roncato/UOL

Essa sempre foi uma característica sua, né? De estar ligado em quem está surgindo na cena. Mas, ao mesmo tempo, você é considerado um mestre para essa galera. Como você é dialogar com essas pessoas nessa posição? Como acontece essa troca?

Acho que você tem que estar vivo, né? Tem que estar atual. Tem que viver. Eu quero viver. Tem coisas que não me identifico mais, mas tem coisas que rola identificação ainda. Mas não é só pesquisar. Você tem que dialogar, tem que falar com os jovens, ouvir seus filhos. Prestar atenção no que eles têm para te mostrar. Meus filhos me mostram muita coisa. Tem que estar sempre aberto, com a antena ligada. E para isso você tem que querer e tem que respeitar.

Essa galera é jovem, é preta que nem eu, é artista que nem eu. Estão fazendo a parte deles. Você me chamou de mestre, eu nunca quis esse nome. Nunca me intitulei assim. Sempre fui só o DJ KL Jay. E aí, mesmo você sabendo que as pessoas te admiram, te respeitam, você não pode achar que você é mais que os demais. Está todo mundo no mesmo barco. Às vezes em posições, em lugares diferentes deste barco, mas se afundar, afunda todo mundo, mano. O mínimo que eu posso fazer é respeitar os novos artistas que estão trabalhando porque isso me empodera também. Não tem essa de: "ah, tenho minha caminhada longa, estou em uma posição privilegiada, foda-se todo mundo." Não é assim que funciona.

Em 2014, quando vocês lançaram o "Cores e Valores" tinha muita gente criticando porque não era aquele Racionais que conheceram nos anos 90. O que você acha que as pessoas não entenderam sobre esse momento, sobre esse álbum?

Muita gente fica presa ao passado. Elas não enxergam que estão em 2020. Elas acham que estão lá em 1997 ainda. Isso não quer dizer que você tenha que esquecer o que foi feito. Sou DJ, toco músicas dos anos 1970 e 80 até hoje. Só que eu não posso deixar de tocar o que é novo e me identifico. Tanto é que quando falam alguma coisa e querem criticar ou ter momento nostálgico, dizem: "ah, mas no meu tempo..." Como assim no seu tempo? O seu tempo é agora! Você ainda está vivo.

O tempo de todo mundo é o agora, certo? As pessoas ficam presas ao passado. Elas querem os Racionais cantando música triste para caralho, dramáticas, com 8 ou 10 minutos. Acorda, mano! É outro mundo! Mesmo acontecendo muitas coisas que aconteciam 50, 60 anos atrás, é um outro mundo. As pessoas nas quebradas têm computador, têm celular de última linha, têm outros carros, outros jeitos de ganhar dinheiro, sabe?

KL Jay

Existe um saudosismo, ou uma resistência em aceitar essas mudanças?

As duas coisas. É um saudosismo preguiçoso em que o hoje não vale nada, o que valia era o que acontecia no passado. É um preconceito misturado com preguiça e egoísmo. "Só o que eu vivi é bom, o que tem hoje não presta." Acho sinceramente que, falando de música, a música feita nos anos 1970 e 80 é imbatível. O hip hop dos anos 1990 é imbatível. Mas eu não posso deixar de ver que tem muita coisa boa agora.

Alimentação e amor

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Essa parada de mudança sempre foi uma constante para você, né? Já te vi falando de quando decidiu ser vegetariano, que foi de uma hora para outra. Muita gente precisa de tempo para se adaptar com a ideia de mudança. Mas parece que você não. O que se passa na sua cabeça quando você se encontra em situações assim? Mudar é realmente fácil para você?

Cada um tem seu tempo, né? Com o vegetarianismo foi de uma hora para outra, porque aquilo foi muito convincente para mim. Outras coisas eu demoro mais. Quando eu li o livro do Malcom X, foi um soco. Virei a chave politicamente também. Tem coisas que você aprende que é um caminho sem volta. Se eu voltar atrás, sei que vou me sentir mal, vou me sentir sem aquela chama, sabe? Vai apagar.

Você é uma pessoa que sempre fala sobre alimentação saudável. Mas a gente sabe que esse não é um assunto ensinado para quem vem de quebrada. Ser vegetariano ou vegano é quase impensável para uma galera, seja por achar que comprar alimentos saudáveis é mais caro ou por questões sociais. Você já parou para pensar como a gente pode quebrar essa barreira? Como fazer e garantir alimentação de qualidade para todos?

É sempre aquela culpa que preto e pobre tem de achar que não merece coisa de qualidade, né? Mas a mudança tem que ser pelo exemplo. Primeiro, você tem que querer, sabe? Você tem que querer mudar. E aí fica fácil, é só dar o exemplo. Não precisa nem falar.

O exemplo é foda. A pessoa vê que você não come carne e é isso. Se ela te perguntar, você explica. Mas não precisa dar sermão, porque, se for assim, você vira um chato. Dar o exemplo já é tudo.

Agora nós estamos em um momento que estamos falando muito sobre alimentação, né? A informação está aí, está começando a chegar para as pessoas a importância de uma alimentação de qualidade. E outra, você não precisa de muito para ter uma alimentação de qualidade. Ela é barata se comparada ao preço da carne, por exemplo. Ó, eu faço feira, sou homem de casa, do lar (risos), aí vou na feira ali e com R$ 30 compro muita coisa, de qualidade.

E tem mais alguma coisa que você gostaria de falar aqui?

Olha, a gente falou de preconceito, de poder, de Malcolm X, da importância dos pretos serem fortes... Eu só quero falar para as pessoas praticarem o amor. O amor está na gentileza, na educação com o outro, está em você dizer bom dia, boa tarde, obrigado. O amor é um sentimento muito vasto, tem muitas nuances. Então, a gente precisa praticar mais o amor o dia a dia.

Os pretos e pretas desse Brasil tem que praticar o amor também. Ele não pode ser vivido e sentido apenas por um núcleo de pessoas. A gente tem que ter amor por nós mesmos acima de tudo. É ter esse olhar para as coisas mais bonitas. Só queria dizer isso aí mesmo.

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