"Que tipo de ativista eu sou se nunca fui na Marcha da Maconha?", provoca Marcelo D2, entre risos, ao ser perguntado sobre sua atuação em prol da causa canábica. Não se definir assim é mero detalhe, já que letras, atitudes e posicionamentos falam por si.
O músico escreveu, entre outras músicas, "Legalize Já", hino pela legalização da erva no país, e se tornou uma das vozes mais contundentes contra retrocessos durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), indispondo-se frequentemente com representantes da extrema direita, sobretudo no Twitter.
"Quem não aproveitou esse momento catastrófico para a vida e para o Brasil — que além de uma pandemia, teve um presidente fascista — para pensar em mudança ou para dar uma revisada na vida perdeu uma oportunidade única", diz.
D2 recebeu a reportagem de Ecoa na sala de seu apartamento no Leblon, zona sul do Rio de Janeiro, em uma manhã quente de verão. A entrevista foi quase toda acompanhada por Bebel, a filha caçula de 1 ano e meio, que, curiosa com o movimento, ia e vinha a todo momento.
Na conversa, ele compartilha o que pensa do futuro da maconha, fala sobre o novo disco com o Planet Hemp e de "P O V O . D E . F É", faixa de seu novo álbum solo "Iboru", cuja letra é uma parceria com o professor de história, escritor e sambista Luiz Antônio Simas.