"Quando eu falo de se informar, acho que é o básico. A roupa está em contato com o nosso corpo o dia inteiro. Não dá para comprar 30 blusinhas de PET reciclado e dizer 'sou sustentável'", diz a consultora de estilo, pesquisadora e influenciadora digital Marina Santa Helena.
Em sua pesquisa sobre estilo e sustentabilidade, no mestrado em têxtil e moda pela USP, ela pensa em como as pessoas podem otimizar as peças que já têm para criar o seu estilo pessoal. Para além disso, Marina se define como uma mulher de mil profissões. Além de consultora, comanda dois podcasts: "Estilo Possível", sobre moda, e o "Wanda", sobre cultura. Também é professora de sustentabilidade na indústria têxtil da pós-graduação em Negócios de Moda do Senac.
Um de seus principais questionamentos é até que ponto se pode pensar em sustentabilidade na moda dentro do sistema capitalista. "A sustentabilidade é muito frágil dentro dele. Muita gente até fala que ela nem existe." Também aponta que a responsabilidade sobre o consumo não deveria recair exclusivamente sobre o consumidor. "São as empresas que gastam mais água, mais insumos, liberam mais carbono na atmosfera. É importante que primeiramente as empresas tomem a iniciativa, e também os governos."
Ainda assim, ela acredita que informação e repensar hábitos pessoais podem sim contribuir. Na conversa com Ecoa, Marina reflete sobre a indústria da moda e a sustentabilidade e apresenta possíveis soluções envolvendo o consumo consciente.