A americana Marsha Hanzi, 76, vive em Tucano, uma cidade no interior da Bahia onde chove pouco. As temperaturas são altas e a terra é fina como areia, mas ela tinha o desejo de florestar, criar jardins e produzir alimentos de maneira sustentável na seca da Caatinga. A compra do terreno parecia mau negócio — o que era verdade. O ano era 2002. Nos dez anos seguintes, ela fracassou.
A agrofloresta tradicional foi a primeira tentativa de Marsha. Nesse método, várias plantas diferentes são cultivadas para criar uma floresta "produtiva". Com o tempo, espera-se o aumento de microorganismos para a criação de um ambiente equilibrado e um solo mais fértil. As agroflorestas excluem agrotóxicos e são famosas no Brasil, mas poucos arriscavam erguê-las na seca.
Marsha misturou um pouco de tudo. Ela uniu vacas, capim, adubo, poços e permacultura para fortalecer o solo e gerar comida o ano inteiro. Em seus cálculos, foram 15 anos para aperfeiçoar o próprio estilo. A aposta foi alta: custou dinheiro, muito trabalho e até um casamento. "Eu quis provar para mim mesma que era capaz", diz.